quarta-feira, 8 de março de 2017

Bill Clinton: um libertário na Casa Branca

A grande maioria dos democratas são esquerdistas bem radicais, dignos de militarem no PCO ou PCB caso fossem brasileiros. Outros são de uma esquerda mais moderada, ou mesmo centro-esquerda, que poderiam ser tucanos. Estes até conseguem angariar minha simpatia.

O ex-presidente Bill Clinton (1993-2001) foi ainda mais além. Afirmo sem medo de errar: durante sua estadia na Casa Branca, Clinton foi um presidente libertário. O mais libertário a governar aquele imenso país.

Pode parecer loucura dizer isso, mas eu explico. O libertarianismo se baseia no princípio de que as pessoas devem ser livres para agirem como desejarem. Entretanto, o direito de um termina onde se inicia o de outrem.

Como seria, em tese, um país libertário? Um Estado pequeno, que se preocupasse apenas em cumprir o funcionamento das leis, e onde houvesse baixos impostos e um mercado livre. No campo moral, o mesmo Estado não interferiria na vida privada de cada cidadão. E o que foi a Era Clinton, senão a aplicação de tudo isso?

Não estou dizendo que Clinton É libertário. Mas SEU GOVERNO foi libertário. Se ele fosse presidente hoje, poderia ser diferente? Sim, e creio que seria.

Clinton venceu as eleições de 1992 prometendo aumentar os gastos, investir em programas sociais e realizar uma grande reforma na Saúde Pública. Felizmente, fez o oposto.

Nas questões sociais, Clinton não fugiu à regra do seu partido: foi defensor das causas LGBT, da legalização das drogas e dos direitos das mulheres. Mas em economia, ele também foi bastante liberal, o que, juntando com o social, acabou formando um governo libertário, e não socialista como gostaria de ter sido.

O resultado disso foi o maior superávit da história americana, uma inflação baixíssima e grande poder de consumo da sociedade. Computadores, TV a cabo, video-games, telefones celulares, tudo isso chegou mais facilmente nas mãos da população graças às políticas econômicas do galã e saxofonista de Arkansas.

Aliás, Clinton é um talentoso músico de Jazz e Soft Ballads. E não há nada melhor do que apreciar um bom repertório jazzístico, de standards.

O Jazz nos transporta para um mundo pacificado e agradável, onde todos somos iguais perante a música. Esse foi o espírito dos Estados Unidos durante os anos 90.

O natal também foi bastante valorizado na era Clinton, tamanha a quantidade de filmes sobre o tema nessa época.

Aliás, o cinema da Era Clinton foi marcado pelo social, pela quebra de preconceitos de toda ordem, sejam eles raciais, sexistas ou de idade.

Sem contar que foi a época áurea dos documentários, sobretudo sobre a vida animal ou sobre os povos africanos. Ou seja, muita cultura para a população.

Infelizmente, Clinton pôs tudo a perder com polemicas como a de Monica Lewinski, o que afetou sua popularidade e não conseguiu eleger Al Gore como sucessor, em 2000.

Mas seu legado como presidente da república não pode ser esquecido jamais, por ter aberto caminho para a chegada do século 21 com alguns bons anos de antecedência.

É pena que não se pode dizer o mesmo de sua esposa, Hilary, e até mesmo o próprio Bill poderia não fazer o que fez.

Mas muito do que usufruimos hoje, vem da liberdade e das apostas de Bill Clinton.

Nenhum comentário:

Postar um comentário