domingo, 23 de julho de 2017

Que saudade de A Lei do Amor...

A novela A Lei do Amor, exibida entre 2016 e 2017 no horário das nove horas, na Rede Globo, chamou minha atenção desde que começaram a ser veiculadas as chamadas.

Achei todas elas interessantíssimas, principalmente a chamada da personagem Luciane, interpretada pela linda Grazi Massafera, que há muito tempo provou ser uma das melhores atrizes do país.

E não é que eu acertei?

A novela foi excelente até o capítulo 100, mais ou menos. Depois acabou desandando um pouco e eu confesso que parei de ver, e só voltei a fazê-lo no último capítulo, que foi maravilhoso.

Muita gente criticou por ter muita "maldade", mas eu nem achei ela tão pesada assim comparada a outras tramas do horário ou a seriados exibidos pela própria Globo e pela Record.

A novela tinha ótimos ganchos no final dos capítulos, tinha diálogos bem construídos, uma trilha incidental de suspense que a deixava ainda mais atrativa.

Depois de um certo tempo, os autores Vincent Vilari e Maria Adelaide Amaral começaram a focar demais na história de Marina, alter-ego de Isabela, a namorada de Tiago que queria se vingar acreditando ser ele o responsável pela tentativa de assassiná-la. E acabaram deixando de lado as artimanhas de Tião Bezerra, que eram o que eu mais gostava. Por isso, acabei largando a novela na metade.

Entretanto, se u soubesse que A Lei seria substituída por uma porcaria como A Força do Querer, eu teria acompanhado inteira. Mas pensando bem, foi melhor não, senão a saudade seria ainda maior.

Vendo os índices de audiência entre as duas novelas, nós podemos constatar que o problema de A Lei do Amor era o publico.

A novela era sofisticada demais, seja em relação a texto, atuações, enredo (e desenvolvimento do mesmo) etc.

Inclusive, a trilha sonora era IMPECÁVEL. O melhor do rock, da MPB e até do pop. A música da Marisa Monte com participação da Carminho já tem um clima de nostalgia, e quando ela servia de fundo para os olhares e carícias do casal protagonista, Pedro e Helô, confesso que eu tentava segurar as lágrimas, muitas vezes em vão.

Tinha também AntÔnio e Ruty Raquel, que eram engraçadíssimos, mas sem serem vulgares ou apelativos como o núcleo cômico da atual novela das nove. Teve Gabriela Duarte e Regiane Alves, que conseguiram brilhar mesmo em participações rápidas. Tinha o Otávio Augusto, na minha opinião o ator mais engraçado do Brasil, que quando atuava junto da Grazi eram um saco de risadas interminável. Tinha também algumas novatas, como Marcella Rica, que apesar do papel pequeno servia para embelezar a tv.

E o que temos agora? Uma novelinha que até se propõe a discutir assuntos importantes, como vício em jogos, transexualidade etc. Mas que faz isso de maneira rasa e superficial. Sem contar que 90% da novela se limita a bordãos ridículos, como "égua". Aliás, qual novela de Glória Perez não tem bordão, não é mesmo? Isso é chamar o telespectador de idiota. Mas se o telespectador assiste, a carapuça deve servir...

Eu sou um cara que tem um gosto diferente quando o assunto é teledramaturgia. Para filmes e músicas, eu gosto de coisas consagradas. Mas quando o assunto é novela, a maioria das que me agradam são verdadeiros fiascos. Eu acho Esperança uma das melhores, quiçá a melhor novela do Benedito Ruy Barbosa. Nostalgia de infância? Talvez. Mas a novela tinha bastante ousadia e cenas fortes, o que para a época era um avanço. Achei Passione excelente. E, pasmem, acho A Regra do Jogo melhor que Avenida Brasil.

Enfim, meu gosto é diferente da maioria e não me envergonho disso. Eu adoraria que as pessoas tivesse o mesmo gosto, mas já que isso é impossível, resta assistir o que é do meu agrado e engolir o sucesso de certos enganadores que se dizem novelistas. Afinal, eles exploram o grotesco em nome da audiência.

Agora, é esperar alguns anos e procurar novelões como A Lei do Amor para baixar ou adquiri-los em DVD. Esperar uma reprise, é inútil.

Não liguem, não, pessoal que trabalhou na novela, seja escrevendo, atuando, dirigindo etc. Sucesso vocês não tiveram, mas entrarão para a história com muito mais credibilidade do que alguns números do ibope momentâneos podem dizer. Vocês serão lembrados para sempre pelas poucas almas cultas que se proposeram a ver e admirar seu trabalho.

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