terça-feira, 7 de dezembro de 2021

Hebe Camargo, a melhor apresentadora do Brasil e o modelo de televisão que necessitamos

Eu sempre fui um moço velho, como diz a canção de Silvio Cesar magistralmente interpretada por Roberto Carlos. Sou motivo de piada até de parentes mais velhos, que não entendem como gosto de coisas de quando nem eles haviam nascido.

Na minha opinião, Hebe Camargo era a melhor apresentadora do mundo, e fazia jus ao título de Rainha da Televisão Brasileira.

O que achava mais fascinante em seu programa, era o respeito a integridade humana, algo que na sua época já não havia mais.

Basta ver os programas para jovens na década de 90. Lixos como o Programa Livre, de Serginho Groisman, H, de Luciano Huck, ou toda a programação da MTV.

Mesmo programas supostamente para adultos, como o Domingo Legal e o Domingão do Faustão, na época tinham um público mais jovem, e eram apelativos até dizerem chega.

Já programas como os de Silvio Santos, Raul Gil e sobretudo Hebe, agradavam ao público mais idoso e comportado.

As atrações costumavam ser excelentes. Destaque para o especial com Pelé, em 1989, que recebeu artistas do quilate de Wando, Jair Rodrigues, Wilson Simonal e Tonico e Tinoco.

Mas o dia que mais gostei, e que também pode ser conferido no Youtube, foi o primeiro programa de 1996, onde Hebe recebeu astros e estrelas da Jovem Guarda, como Ronnie Von, Os Vips, Jerry Adriani e Sylvinha Araújo.

Claro que, de vez em quando, Hebe tinha que ceder espaço ao que os adolescentes gostavam. Porcarias como Zezé di Camargo e Luciano, Leandro e Leonardo, pagodes e axés. Querendo ou não, era uma forma de atrair públicos diferenciados, ainda que fosse para pior.

Seu programa não tinha baixarias como videocassetadas ou gente se esfregando numa banheira a pretexto de mostrar o corpo.

Hebe respeitava seu público, que queria fugir da libertinagem imunda dos anos 90, onde não havia classificação indicativa e os canais abusavam da paciencia do telespectador.

Que ela esteja descansando em paz, onde quer que esteja. Por que, infelizmente, pude constatar que jamais teremos uma substituta a sua altura.