sábado, 27 de janeiro de 2024

Explicando de uma vez por todas a diferença entre samba e pagode

Há muito tempo esse assunto gera discussão. E eu fico revoltado de ver tantas opiniões equivocadas a respeito. Mas, aqui, tentaremos explicar o que é samba e o que é pagode. Mas, para isso, teremos que voltar muito no tempo, para entendermos desde o início.

A palavra pagode surgiu séculos atrás, na Índia. Pagode, em sânscrito, significa templo. Era um templo budista. Com o tempo, os escravos africanos trazidos ao Brasil passaram a utilizar o termo pagode para designar um tipo de festa, onde se tocava o samba. Era como se estivessem querendo se referir ao "templo do samba".

Mas, a partir de 1977, surgiu o pagode como genero musical. Esse estilo trazia um novo tipo de se fazer samba, seja nos instrumentos, seja nas letras, ou até no jeito de cantar. Quem primeiro descobriu e depois passou a gravar o novo ritmo foi a cantora Beth Carvalho, que até então era uma SAMBISTA, mas a partir daí viru PAGODEIRA. Assim como Leci Brandão, que na década de 70, era uma sambista de primeira linha, mas depois do modismo do pagode, teve uma considerável queda na qualidade de seus discos.

Essa primeira geração do pagode pegou pra valer em 1986, em meio a euforia do Plano Cruzado. Fundo de Quintal, Zeca Pagodinho, Jorge Aragão, Só Preto sem Preconceito entre outros.

A onda durou pouco, como era de se esperar. Mas, logo em 1990, veio a segunda geração do pagode. Dessa vez, mais meloso e repleto de grupos oriundos de São Paulo. Negritude Jr., Exaltasamba, Katinguele e muitos outros. Esse novo pagode faria muito mais sucesso que o original, e durou a década de 90 inteira. Sempre tinha um grupo nos programas de domingo, rebolando prum lado e pro outro, com óculos na testa e chorando suas desilusões.

Aí, o pagode do Cacique de Ramos, que era o pagode dos anos 80, passou a ser visto como samba autentico. Assim como hoje, duplas como Milionário e José Rico são consideradas sertanejas de raiz, o que sabemos que não tem nada a ver. Eles tem que assumir a paternidade de seus filhos.

Já o samba autentico, ele é tocado com outros instrumentos. Ele não tem banjo, repique de mão ou tantã. E sim, cavaquinho, surdo e tamborim.

O verdadeiro samba, pra mim, é Cartola, Noel Rosa, Demonios da Garoa, Adoniran Barbosa, Alcione, João da Baiana, Sinhô, Nelson Cavaquinho, Donga, Bide, Marçal, Carlos Cachaça, Clara Nunes.

E hoje em dia, tem gente fazendo samba? A resposta é sim. E gente de responsa, diga-se de passagem. Casuarina, Tereza Cristina, Grupo Semente, Sereno da Madrugada, Mart'nália, Diogo Nogueira (que além do talento e simpatia, tem aquela deusa da Paolla Oliveira para chamar de sua).

Tem também o samba-rock, que é um caso a parte. Muitos grupinhos de pagode dos anos 90 se dizem influenciados por essa delícia de ritmo, desenvolvido pelo mestre Jorge Ben Jor, Trio Mocotó, Bebeto, Seu Jorge (o qual eu não entendo porque tanta gente critica, o som do cara é maneiro). Alguns até fazem um trabalho bacana quando o exploram. O Art Popular gravou Agamamou e o Só pra Contrariar, Balada da Noite, ambas com participação de Ben Jor. O Molejão gravou Samba-Rock do Molejão, que ficou bem legal, mas assassinou Pensamento Verde, do paulistano Branca di Neve, transformando num pagode.

O grupo Raça Negra eu considero EXCELENTE. O único da safra de 1990 que tem um repertório excepcional. Mas eu deixei para falar depois do samba-rock por conta disso. Na minha modesta opinião, o maravilhoso grupo de Luiz Carlos é um grupo de samba-rock, ou swing, como queiram. Eles não são um grupo de pagode como rotulam. Basta ver o balanço e a levada da guitarra, do saxofone em músicas como Cheia de Manias. Além do mais, o fato deles terem regravado músicas da Jovem Guarda e duetado com duplas sertanejas só os aproxima mais da boa música.

Agora, porcarias como Ferrugem, Menos é Mais, Rodriguinho e outros, deveriam cair no esquecimento, mas, mesmo após o declínio do pagode, se mantém na mídia.

Vamos aprender a diferenciar samba e pagode. Como diria o grande sambista baiano Riachão, cada macaco no seu galho.

sexta-feira, 1 de setembro de 2023

Programação para jovens nos anos 90 destruiu uma geração inteira

Uma coisa que eu sempre achei interessante, e pouca gente comenta, mesmo os sites sobre televisão, é o assunto deste texto, que poderá ser polemico para muitos. Mas, nele, irei misturar minha opinião pessoal com fatos históricos, e que, ao final, se mostrarão com desfechos lamentáveis.

Já falei sobre isso aqui no blog, no texto sobre a apresentadora Hebe Camargo, que eu considero a maior da história da tv brasileira. Mas, aqui, irei me aprofundar no tema.

Na década de 90, a tv começou a se segmentar entre uma programação para jovens e outra voltada ao público adulto. Melhor dizendo, de idade já avançada.

Entre os programas jovens havia o H, de Luciano Huck, que era um misto de brincadeiras tolas com mulheres nuas (embora as vezes até levasse alguma atração musical interessante) e o Programa Livre, de Serginho Groisman, onde os convidados e a plateia sempre eram motivo de sarro, apesar de também levar boa música.

Havia o horrendo seriado Malhação, que corrompeu uma geração inteira. E havia a medonha MTV, com seus apresentadores vulgares e grosseiros.

Mas o pior programa do planeta também surgiu nessa época, e ao contrário do que muitos imaginam, no início não era assistido pelas donas de casa e sim por adolescentes embasbacados: o Domingo Legal.

Repleto de mulheres mostrando a bunda, provas idiotas e apelativas, o cinismo e arrogancia de Gugu Liberato e música da PIOR qualidade, esse programa ocupava horas e mais horas no domingo, e muitas vezes vencia o ótimo Domingão do Faustão, este com um público mais comportado.

Agora, entre os programas para idosos, havia a ótima Escolinha do Professor Raimundo, brilhantemente conduzida pelo grande humorista Chico Anysio e com um elenco repleto de feras da época áurea do rádio. Havia, ainda no campo humorístico, A Praça é Nossa, com Carlos Alberto de Nóbrega, que graças a Deus segue firme até hoje no ar, para desespero de uma geração de comediantes que só sabe ofender e denegrir a moral humana.

Hebe também tinha seu público fiel, mas nunca jovens. Na minha escola, eu era o único que via seu programa. Sempre com entrevistas inteligentes e música boa. Eram figuras frequentes, na seara musical, Agnaldo Rayol, Andrea Bocelli, Sarah Brightman e outros.

Raul Gil, na Record, conseguiu diminuir a overdose de mulher pelada com seu concurso de calouros, como o anjinho Robinson Monteiro e a cantora gospel Jamilly.

Gugu também encerrava seu show de baixarias e entregava para um ícone da tv, Silvio Santos. Todos os seus programas eram ótimos, como o Show do Milhão, o Qual é a Música?, o Em Nome do Amor e o Topa Tudo Por Dinheiro.

Ana Maria Braga e Claudete Troiano também, além de lindas, nos apresentavam boas receitas no ótimo vespertino da Record, o Note e Anote.

E, ao final do Note e Anote, se iniciava o melhor programa da tv brasileira, e que eu assisto até hoje: Cidade Alerta. Já tendo passado por diversos cenários e apresentadores, o noticiário nos mostra a realidade nua e crua.

Aliás, nos anos 90, os programas policiais se espalharam na tv, e só eram vistos por pessoas mais velhas (exceto eu). O Cadeia com Luiz Carlos Alborghetti, o Programa do Ratinho no SBT, o Aqui Agora nesta mesma emissora.

O que eu quero dizer aqui é da péssima influencia que os programas jovens trouxeram para as gerações futuras. Hoje, nós vemos um bando de adolescentes alienados, pervertidos e que só escutam rock pesado, maltratam os mais velhos e assobiam para mulheres na rua.

Já os jovens bem-educados estão cada vez mais raros, por não assistirem uma programação saudável e conservadora.

Agora, serão necessários anos de reeducação televisiva para que tenhamos um futuro melhor.

segunda-feira, 26 de dezembro de 2022

O melhor e o pior da tv brasileira em 2022

Mais um ano acabando e eu decidi fazer o meu balanço de tudo que acompanhei na tv neste ano. Resolvi listar os programas que mais me proporcionaram prazer de ficar preso ao sofá e aqueles tão insuportáveis que eu nem aguentei assistir até o final.

As novelas tiveram seus altos e baixos, o que acho natural, pois isso sempre ocorreu. Novelas boas e ruins existem em qualquer época. Mas continua me incomodando o fato de o SBT querer investir apenas em produções infantis e a Record somente em tramas bíblicas. Apenas a Globo e a Band fogem aos padrões. Mas esta última, apesar de apostar na ótima Valor da Vida, deixou de produzir material inédito há muitos anos. Trata-se de uma produção portuguesa, como já fez com as turcas. Mas, vendo por este lado, o SBT também exibe ótimas novelas, mas apenas as importadas do México. Cuidado com o Anjo, com a belíssima atriz e cantora Maite Perroni, foi o grande destaque.

Mas, obviamente, a Globo reina soberana quando o assunto é teledramaturgia. Pantanal foi a melhor do ano, mas não dá para deixar de falar sobre Mar do Sertão, ainda inacabada. Somente o horário das 19 horas é que é muito difícil de assistir, por suas tramas tolas e confusas. Como todos os anos, é muito raro alguma novela das sete ser boa. E neste não houve nenhuma.

O pior programa da tv brasileira segue sendo o mesmo de 20 anos atrás: Big Brother Brasil. Na época, a concorrencia com João Kléber e seu Teste de Fidelidade era uma calamidade pública. Ter os dois programas simultaneamente na tv aberta me envergonhava de ser brasileiro. Mas, felizmente, este canastrão foi expurgado das nossas casas, restando apenas o supra-sumo da vulgaridade agora sob o comando de um jornalista talentoso, Tadeu Schmidt.

O que fez ele deixando o ótimo Fantástico para cair nessa roubada, ninguém sabe explicar. Talvez, a força da grana que ergue e destrói coisas belas, não é, Caetano?

Aliás, o Fantástico e o Domingo Espetacular são ótimas revistas eletronicas para quem quer rir e ficar informado na medida certa. E assim como o dominical da Globo, em certa época, "acaba" com a alegria da gente entregando para o pior reality, o da Record faz o mesmo com o terceiro pior reality, A Fazenda.

Digo o terceiro pior pois o segundo posto fica com De Férias com o Ex, na MTV. Aquilo só não é mais ridículo por falta de tempo, pois dura muito pouco.

Jornais, eu não acho nenhum ruim. Sejam os sofisticados Jornal Nacional (o melhor de todos os tempos), Jornal Hoje, Jornal da Globo, Jornal da Band e Jornal do SBT, sejam os populares mas necessários Cidade Alerta e Brasil Urgente. Não faço parte da turma que rejeita o jornalismo investigativo. Eles fazem parte do jogo, é apenas uma forma de fazer jornalismo para as classes menos favorecidas, mas não caem mais na vulgaridade. Na década de 90, eles abusavam, mostrando cenas fortes. Agora, estão apenas noticiando casos polemicos.
Aliás, não dá para esquecer do Programa do Ratinho, que tem seus dias maçantes, com atrações meia-boca, mas quando quer, consegue ser divertido.

Silvio Santos é um mito, como sempre. Mas está insuportável assistir seu programa apresentado por sua filha, Patrícia Abravanel. Tudo indica que o dono do baú está prestes a se aposentar e logo não fará mais sentido manter seu nome na atração.

A programação de domingo segue sendo minha favorita e o grande trunfo das emissoras. Hoje em dia, com os serviços de streaming, é apenas no primeiro dia da semana que todos param para ver tv, seja no churrasco em família, seja visitando parentes.

A disputa de domingo entre Globo e SBT era maravilhosa nos anos 90 até meados dos anos 2000. Hoje, vivemos de passado, mas algumas "reedições" são feitas. A noite, não há Gugu ou Faustão, mas há a deliciosa disputa entre o Domingão com Huck e a Hora do Faro. Eu sou totalmente Luciano Huck, pois Faro aposta num público jovem e não quer sair dessa fórmula desgastada. Huck conseguiu se livrar da mazela de apresentar um programa pavoroso na Band, o H, onde só havia lixos musicais e mulheres nuas, para se dedicar as donas de casa quarentonas. Faro até tem um público de meia-idade, o que não compreendo, pois seu programa sempre foi uma aberração da natureza.

Também tenho gostado de ver a boa música no programa Caldeirão com Mion. Músicas do passado estão sendo revisitadas no Sobe o Som. Mion tem carisma, embora não abra mão de um humor que parou no tempo e tenta ser jovem. Se o humor jovem de hoje já é um lixo (e aqui é bom falar do The Noite com Danilo Gentilli, o pior talk-show), imagina o da juventude dos anos 90.

O Pipoca da Ivete também foi o melhor programa que a Globo poderia ter lançado nas tardes de domingo. Clima descontraído, bom humor (mas sem piadas ofensivas ou defasadas), quadros chamativos e a beleza estonteante da axezeira. E para suprir a falta que faz, a Globo já lançou mão de um ótimo humorístico, o Família Paraíso, que lembra muito os programs de humor de antigamente, onde os humoristas não passavam por cima do respeito, da ética e da integridade. Já o mediano Vai que Cola é tipo um Sai de Baixo: não é lá essas coisas, mas já entra no clima de desligar a tv, dormir e se preparar para mais uma semana que se inicia. Ou seja, um mero tapa-buraco.

Mas o MELHOR programa de todos que estão no ar, e este texto foi uma mera desculpa para falar dele, é o Faustão na Band. Impressionante como deixo de assistir o Jornal Nacional e o início de Travessia para me deliciar com o carisma e as ótimas atrações do programa diário. Quase todos os dias, há música da melhor qualidade, exceto nas quartas-feiras, onde há a presença de especialistas em medicina avançada e o emocionante Arquivo Pessoal.

Faustão é o melhor apresentador da televisão, e se não pude ver a revolução causada por ele nos anos 80, no Perdidos na Noite, desde que nasci sempre o acompanhei no Domingão do Faustão. Pena que ele teve que apelar para se rebaixar ao nível da concorrencia, mas isso foi apena DUAS vezes. Dois episódios lamentáveis, o Latininho e o sushi erótico. Fora isso, entretenimento de qualidade, onde o destaque, na Globo, era o Ding Dong, e atualmente é o Na Pista do Sucesso, as quintas-feiras. Artistas de todos os generos musicais, sem o menor preconceito. Mas o rock acional sempre foi grande destaque.

Enfi, esta é minha análise pessoal da tv este ano. Espero que gostem e deem sua opinião.

quinta-feira, 14 de julho de 2022

Anitta colocou o Brasil no mapa mundial com sua música e agora faz o mesmo com seu ativismo

Sempre gostei da cantora Anitta, desde que ouvi pela primeira vez o hit Show das Poderosas, há quase dez anos.

Desde então, eu sempre vi a jovem carioca de Honório Gurgel ser massacrada, não tanto pela crítica, que sabe reconhecer um bom produto, mas pelo público ultra-reacionário que ajudou a eleger Jair Bolsonaro.

Anitta é muito mais criticada pelas mulheres que pelos homens, o que mostra como as mulheres brasileiras são machistas. Eu já prefiro classificar como recalque mesmo, pois quem não queria ser linda, maravilhosa e sensual aos olhos de todos os homens, com uma carinha de sapeca e uma bunda de dar água na boca?

Embora Anitta tenha um forte público LGBT, eu não tenho vergonha nenhuma de dizer que sou hétero e VENERO essa mulher.

Além do fato dela estar colocando o Brasil no mapa mundial com sua música de excelente qualidade, comparável a Elis Regina e Gal Costa, e com seu rebolado que provoca ira em pleno século 21, agora a cantora volta a tona com um discurso pró-Lula e anti-Bolsonaro. O que me faz admirá-la ainda mais.

Sempre tivemos mulheres independentes, desde Leila Diniz até a graciosa gauchinha Luiza Sonza, aliás outro colírio visual e musical que estamos ouvindo nessa era de raras músicas boas.

Quem não se lembra de Gretchen e Rita Cadillac nos anos 70, Carla Perez e outras dançarinas de pagode nos anos 90, e Mulher Melancia e Mulher Melão nos anos 2000?

A diferença é que elas, com exceção de Gretchen, não se posicionavam politicamente. Elas não faziam ideia da arma que elas tinham nas mãos e na revolução que estavam fazendo nos ambitos sócio, cultural e economico.

Mas Anitta é a mais bela de todas essas musas e artistas, e também a mais engajada.

Recentemente, a cantora foi criticada por pedir a Lula que, se caso fosse eleito presidente, liberasse a venda e consumo de maconha. Mais uma vez as ideias reacionárias tomando conta do povo. Eu concordo plenamente que TODAS as drogas devem ser legalizadas. Primeiro, porque o Estado não deve se intrometer na vida de ninguém. E segundo porque como a própria cantora afirmou, isso é uma questão de segurança, assim como o aborto é uma questão de saúde pública.

Anitta está trazendo de volta a leveza da música brasileira de 1958, 1959, quando a Bossa Nova tirou das paradas o romantismo cafona e datado do samba-canção. Assim como hoje, ninguém aguenta mais essa dor de cotovelo que o sertanejo fez reinar no Brasil e que, após a febre do início dos anos 90, foi substituído por músicas legais como Daniela Mercury, É O Tchan e Mamonas Assassinas.

Espero profundamente que Lula seja eleito presidente do Brasil. O bolsonarismo já causou muitos estragos, inclusive com seus "artistas" apoiadores, que ferem nossos ouvidos por não contarem com uma voz doce e suave como a da gatíssima intérprete de Vai, Malandra.

terça-feira, 5 de julho de 2022

As melhores novelas da história da televisão brasileira

Resolvi deixar registrado aqui, aquelas novelas que, na minha opinião, foram as melhores já exibidas no Brasil. Tentei ser imparcial na escolha dos títulos, embora, logicamente, meu gosto pessoal também influiu um pouco. Mas levei em conta a qualidade das obras e o impacto causado por elas na sociedade. E é óbvio que muita coisa, MUITA coisa mesmo, ficou de fora. Talvez eu faça uma segunda, terceira e até quarta parte com as que ficaram faltando.

A novela mais importante de todos os tempos é Tieta, de 1989, do autor Aguinaldo Silva. Embora ela tenha perdido um pouco de credibilidade por conta dos jovens, que preferiam Top Model, ela foi muito mais marcante com uma história adaptada do escritor Jorge Amado. Grandes atores mostravam seu brilho, sobretudo Reginaldo Faria e Joanna Fomm, esta última como a grande vilã Perpétua. Que pode até não ter sido a maior vilã de todos os tempos - posto que fica com Odete Roittman, de Vale Tudo - mas foi a melhor atuação da história da tv brasileira.

Também sou apaixonado por novelas de temática rural. Seja as sertanejas de Benedito Ruy Barbosa, como Pantanal, Renascer e O Rei do Gado, seja as nordestinas de Dias Gomes e Aguinaldo Silva, como Pedra Sobre Pedra, com atuação brilhante de Fábio Júnior como Jorge Tadeu, seja Fera Ferida e principalmente A Indomada, novela que marcou minha infancia e foi o maior sucesso televisivo de 1997, um ano difícil para a teledramaturgia, que perdia tanto em audiencia como em qualidade. Mas as peripécias de Maria Altiva, vivida pela maravilhosa Eva Wilma, traziam frescor e alívio para os ávidos por boas histórias. Como não lembrar de Emanoel, vivido por Selton Mello, criando asas e voando pelos céus de Greenville?

A melhor novela das sete que eu já vi foi A Viagem, de 1994. Ela veio depois de alguns fracassos, e para mim foi uma das poucas boas tramas no horário. Justamente por ter uma pegada mais séria, não era uma comédia pastelão sem graça como a maioria das novelas das sete. E para mim, também, foi a única boa da década de 90.

O horário das seis, por outro lado, é meu favorito. Seja com as comédias de Walcyr Carrasco como O Cravo e a Rosa e Chocolate com Pimenta (não esquecendo da séria Alma Gemea, de temática espírita), seja com Benedito novamente trazendo um poquinho do interior para nossos lares. Amo demais Cabocla, que foi a estreia de Vanessa Giácomo na tv e eu já me apaixonei por ela logo de cara, Sinhá Moça e Paraíso, está última em sua segunda versão, de 2009, onde o cantor Daniel se mostrou um grande ator.

Glória Perez, Silvio de Abreu e Gilberto Braga não poderiam ficar de fora. Dela, eu amo O Clone, Caminho das Índias e A Força do Querer, com suas culturas exóticas e exuberantes. Dosdois últimos, amo as tramas policiais, como A Próxima Vítima e Paraíso Tropical.

Estas são algumas tramas que considero as melhores já exibidas em nosso país. E isso é apenas um resumo bem detalhado. Muitas outras ainda não foram citadas, e em breve, eu postarei novos textos falando delas.

Espero que tenham gostado.

sábado, 18 de junho de 2022

A verdade sobre Collor que todos tentam esconder

Já começo este texto com a frase que é minha intenção de permeá-lo por inteiro: Fernando Collor de Mello foi o melhor presidente da História do Brasil. E aqui, irei provar isto por a mais b.

Este carioca radicado em Alagoas acabou com uma inflação galopante que assolava o Brasil desde o medíocre governo de Juscelino Kubitscheck. Aliás, se este canalha jogou muito dinheiro fora em obras faraonicas, Collor fez o oposto: reduziu gastos do governo com coisas inúteis.

Além disso, ele acabou com a mamata de funcionários públicos vagabundos que dependiam do Estado e não faziam nada pela Nação. Verdadeiros sangue-sugas que hoje lamentam nas redes sociais que seus parentes se mataram.

Se a inflação em janiro de 1990 chegava a 80% ao mes, em maio do mesmo ano, já com Collor na presidencia, ela já havia chegado a 10% ao mes.

E ainda os professores e livros de história tentam nos enganar, dizendo que foi FHC o responsável por tal proeza. Sendo que este mentecapto nem gostar de pobre gosta.

Tentam argumentar que o Plano Collor surtiu efeito apenas temporariamente, e que após algum tempo a taxa inflacionária voltaria a subir. Ora, mas com FHC, ela caiu para 1% e subiu para 12% ao final de seu mandato. Com Lula, que aliás foi melhor que FH, ela baixou para 5% e ao final do mandato subiu para 10%.

Collor ainda iniciou a abertura de mercado, permitindo que o Brasil importasse produtos estrangeiros da melhor qualidade. Antes dele, os automóveis pareciam de papelão, e assim que ele entrou, todos passaram a consumir carros de marca, geladeiras, tv a cabo e outras mordomias.

"Ah, Bruno, como voce gosta do Collor e fala mal do Ronald Reagan?". Convenhamos que eles eram muito diferentes. Reagan taxou impostos sobre grandes fortunas, ao passo que Collor fez o caminho inverso. Todos sabem que Collor mexeu com os poderosos, aumentando impostos para ricos.

Talvez seja por essas brilhantes medidas que as elites se voltaram contra o presidente, inclusive a corrupta e tendenciosa revista Veja passou a investigar o escandalo PC Farias, que foi denunciado por Pedro Collor, irmão do mandatário.

Collor também inciou o processo de privatização de setores ineficientes da economia, permitindo que hoje, por exemplo, eu esteja escrevendo este texto no conforto da minha casa, no meu computador.

Além de ser um presidente liberal, onde o Estado não se intrometia na vida privada de cada cidadão.

Collor ficou inelegível por oito anos, de 1992 a 2000, após sofrer impeachment. Hoje, é senador por Alagoas, fazendo mais pelo Brasil inteiro do que todos os senadores juntos.

Embora Collor tivesse um discurso religioso, a diferença entre ele e Bolsonaro é simples de ponderar: ele não fazia com que todos compartilhassem de sua fé. Diferente do atual governante, que tenta eliminar direitos constitucionais para quem não acredita em Deus.

O Governo Collor foi, em parte, muito parecido com os de Lula, Dilma e Temer. Um governo progressista, onde havia modernização economica e liberdade de expressão para todos. E muito superior aos de FHC e Bolsonaro, aquele elitista, este retrógrado.

Se Collor fosse candidato, eu votaria nele sem o menor medo de errar. O cara é um herói. UM HERÓI.

sábado, 11 de junho de 2022

O preconceito sofrido pelo genero telenovela

Na boa, sempre gostei de novelas, desde criança. E vejo que há um enorme preconceito que marginaliza e ridiculariza quem gosta deste genero televisivo.

Tentam argumentar que novelas são alienantes. Ora, mas o futebol também o é, e não vejo ninguém falar mal de futebol. Aliás, muito pelo contrário. Quem NÃO gosta de futebol é que é taxado como alienado.

Através das novelas, podemos aprender muita coisa, até mesmo História do Brasil. Enquanto existem livros que são muito mal-escritos.

Novela mexicana também é uma delícia de acompanhar na tv.

Entretanto, como bom nacionalista, não troco minhas novelas brasileiras por nada neste mundo.

Sem contar que todo homem ama ver novelas para ver mulheres lindas e sensuais.

O fato é que novela é cultura de alto nível, é exuberante, é o Brasil na sua melhor forma.

Amo ver o Rio de Janeiro sob a ótica de Glória Perez e seus subúrbios, ou as elites decadentes de Gilberto Braga, ou a São Paulo quatrocentona e cheia de mistérios de Silvio de Abreu.

Confesso não ser muito chegado nas pseudo-gracinhas de Walcyr Carrasco, embora ame quando ele mostra seriedade no horário nobre.

Estou amando Pão Pão Beijo Beijo. Uma novela bem antiga, de 1983. Com a maravilhosa Elizabeth Savalla exalando charme, beleza e elegancia. Além da trilha sonora e dos cenários bem nostálgicos, ainda tem uma história fantástica, embora simples. Afinal, era uma trama das seis.

E diga-se de passagem, as novelas das seis são as melhores que existem. Amo Além da Ilusão com todas as minhas forças.

As das onze, carregadas de erotismo, e as das oito, com seus dramas da vida real, me fascinam.

Assim como algumas das sete, com seu humor característico das pornochanchadas cariocas da década de 70.

Deixem de serem preconceituosos e vão assistir uma boa novela. Em todos os generos televisivos existe coisa boa. E novela é o que há de melhor na televisão brasileira.