sexta-feira, 1 de setembro de 2023

Programação para jovens nos anos 90 destruiu uma geração inteira

Uma coisa que eu sempre achei interessante, e pouca gente comenta, mesmo os sites sobre televisão, é o assunto deste texto, que poderá ser polemico para muitos. Mas, nele, irei misturar minha opinião pessoal com fatos históricos, e que, ao final, se mostrarão com desfechos lamentáveis.

Já falei sobre isso aqui no blog, no texto sobre a apresentadora Hebe Camargo, que eu considero a maior da história da tv brasileira. Mas, aqui, irei me aprofundar no tema.

Na década de 90, a tv começou a se segmentar entre uma programação para jovens e outra voltada ao público adulto. Melhor dizendo, de idade já avançada.

Entre os programas jovens havia o H, de Luciano Huck, que era um misto de brincadeiras tolas com mulheres nuas (embora as vezes até levasse alguma atração musical interessante) e o Programa Livre, de Serginho Groisman, onde os convidados e a plateia sempre eram motivo de sarro, apesar de também levar boa música.

Havia o horrendo seriado Malhação, que corrompeu uma geração inteira. E havia a medonha MTV, com seus apresentadores vulgares e grosseiros.

Mas o pior programa do planeta também surgiu nessa época, e ao contrário do que muitos imaginam, no início não era assistido pelas donas de casa e sim por adolescentes embasbacados: o Domingo Legal.

Repleto de mulheres mostrando a bunda, provas idiotas e apelativas, o cinismo e arrogancia de Gugu Liberato e música da PIOR qualidade, esse programa ocupava horas e mais horas no domingo, e muitas vezes vencia o ótimo Domingão do Faustão, este com um público mais comportado.

Agora, entre os programas para idosos, havia a ótima Escolinha do Professor Raimundo, brilhantemente conduzida pelo grande humorista Chico Anysio e com um elenco repleto de feras da época áurea do rádio. Havia, ainda no campo humorístico, A Praça é Nossa, com Carlos Alberto de Nóbrega, que graças a Deus segue firme até hoje no ar, para desespero de uma geração de comediantes que só sabe ofender e denegrir a moral humana.

Hebe também tinha seu público fiel, mas nunca jovens. Na minha escola, eu era o único que via seu programa. Sempre com entrevistas inteligentes e música boa. Eram figuras frequentes, na seara musical, Agnaldo Rayol, Andrea Bocelli, Sarah Brightman e outros.

Raul Gil, na Record, conseguiu diminuir a overdose de mulher pelada com seu concurso de calouros, como o anjinho Robinson Monteiro e a cantora gospel Jamilly.

Gugu também encerrava seu show de baixarias e entregava para um ícone da tv, Silvio Santos. Todos os seus programas eram ótimos, como o Show do Milhão, o Qual é a Música?, o Em Nome do Amor e o Topa Tudo Por Dinheiro.

Ana Maria Braga e Claudete Troiano também, além de lindas, nos apresentavam boas receitas no ótimo vespertino da Record, o Note e Anote.

E, ao final do Note e Anote, se iniciava o melhor programa da tv brasileira, e que eu assisto até hoje: Cidade Alerta. Já tendo passado por diversos cenários e apresentadores, o noticiário nos mostra a realidade nua e crua.

Aliás, nos anos 90, os programas policiais se espalharam na tv, e só eram vistos por pessoas mais velhas (exceto eu). O Cadeia com Luiz Carlos Alborghetti, o Programa do Ratinho no SBT, o Aqui Agora nesta mesma emissora.

O que eu quero dizer aqui é da péssima influencia que os programas jovens trouxeram para as gerações futuras. Hoje, nós vemos um bando de adolescentes alienados, pervertidos e que só escutam rock pesado, maltratam os mais velhos e assobiam para mulheres na rua.

Já os jovens bem-educados estão cada vez mais raros, por não assistirem uma programação saudável e conservadora.

Agora, serão necessários anos de reeducação televisiva para que tenhamos um futuro melhor.