sábado, 19 de dezembro de 2020

Anos 70: uma década perfeita para a música e para a TV

Resolvi escrever esse texto motivado pela alegria de saber que o Viva irá reprisar Locomotivas (1977), uma das melhores novelas das 19 horas já feitas e uma das melhores da década.

Reparem bem no título do texto. Eu quis dizer que apesar dos anos 70 terem sido péssimos politicamente falando, pois havia ditadura no Brasil, no Chile e em outros países, além da Guerra do Vietnã, foi uma década sensacional quando o assunto é música e televisão.

Havia uma diversidade muito grande de estilos: o samba de Clara Nunes e de Benito di Paula, a MPB de Ivan Lins e Djavan, o brega de Amado Batista, a música discotéque de Bee Gees, ABBA, Donna Summer, o sertanejo de Milionário e José Rico, os brasileiros que gravavam em inglês como Terry Winter e Mark Davis, entre outros.

E as novelas, então, nem se fala. Era uma época em que o povo parava diante da tv para acompanhar as emoções de cada capítulo.

Além da citada Locomotivas, a qual eu não vejo a hora de assistir, também tivemos a clássica Saramandaia (1976). Nem se compara ao péssimo remake que fizeram em 2013, aquilo foi uma tentativa fracassada de reviver os velhos tempos. Saramandaia lançou a moda do realismo mágico, que nos anos 90 seria revivido por Aguinaldo Silva, pupilo maior do seu autor, Dias Gomes, na excelente A Indomada (1997), que marcou minha infancia e eu pude rever no Viva há pouco tempo.

O horário das oito, então, era a finesse da programação global. Se na última década tivemos verdadeiras porcarias no antigo horário das oito, agora das nove, naquela época tivemos obras-primas como Pecado Capital (1975), O Astro (1977), Dancin Days (1978) e Pai Herói (1979), sendo que estas duas últimas foram reprisadas pelo Viva com sucesso. A primeira, o Viva tentou reprisar duas vezes... porém, o horrendo remake de 1998.

Uma delicinha do horário das sete foi Estúpido Cupido (1976), a última novela do horário a ser exibida em preto-e-branco, e ainda assim com alguns capítulos coloridos. Assim como Anjo Mau, exibida no mesmo ano, que ganhou um remake muito bom em 97. E também a majestosa Bravo!, de 1975, novela que caiu no esquecimento mas eu adoraria ver

Outra novela sensacional foi O Rebu (1974), cuja trama se passava em uma única noite. Famosa por inaugurar o suspense na tv brasileira, e que também teve um remake digníssimo em 2014.

Enfim, foi uma década mágica. Eu fico só imaginando como deve ter sido jovem naquele tempo, apesar do regime militar. E que o Viva reprise pelo menos algumas dessas novelas. Sei que muito do acervo da Globo se perdeu em incendios, mas algumas delas ainda estão disponíveis. As novas gerações precisam ver como as novelas antigas eram boas. Quem sabe assim elas mudem a impressão que tem da teledramaturgia.

terça-feira, 1 de dezembro de 2020

Amor de Mãe: finalmente uma boa novela no horário das nove, inclusive para apagar a vergonha que foi A Dona do Pedaço

Desde o primeiro capítulo de Amor de Mãe, eu estou apaixonado pela trama de Manuela Dias. Considero-a a melhor novelista do país nos dias atuais, lembrando que ela tem no currículo obras-primas como Justiça e Ligações Perigosas. Levando em conta que Éramos Seis está encerrada e sua substituta ainda não estreou, e que as novelas apenas deram uma pausa, pode-se afirmar com toda certeza que Amor de Mãe é a melhor novela em exibição. Sim, ou voces tem a coragem de dizer que a horrenda Salve-se Quem Puder, a pior novela de Daniel Ortiz e talvez até mesmo a pior do horário das sete, é melhor que Amor de Mãe? Sem contar a MEDONHA trama de Walcyr Carrasco, A Dona do Pedaço, pejorativamente denominada de A Bomba do Pedaço. Olha, tá pra nascer uma novela mais horrorosa do que essa. Pra mim, foi a pior de todos os tempos. Nunca achei Walcyr grande escritor, e nessa ele se superou na ruindade. Texto bem povão, tortadas, elenco irregular e mal-escalado... enfim, pavorosa. Tenho que aceitar a audiencia, mas a qualidade jamais. Amor de Mãe, ao contrário, tem gente muito mais talentosa do que a piada do Walcyr. Adriana Esteves, Regina Cazé, Chay Suede, o maravilhoso Irhandir Santos, Taís Araújo, Letícia Lima, Vladimir Brichta entre outros. Admitam, fãzocas do Walcyr: Amor de Mãe humilha a A Dona do Pedaço. Sem contar que é a melhor novela das nove da década de 2010, lembrando que ela começou em 2019. Mais um mérito da novela, já que nós, o público, estávamos carentes de boas novelas nesse horário há muito tempo. Fica aqui minha admiração À Manuela Dias, por ela nos dar esse gostinho de TV sofisticada, como a Globo sabia fazer muito bem nos anos 70 e 80.

quinta-feira, 26 de novembro de 2020

Gretchen: a rainha da música brasileira e a influenciadora de várias gerações de mulheres

Há muito tempo estou querendo fazer esse texto. Gretchen dispensa apresentações. Todo mundo sabe que é a maior vendedora de discos do país, lançada no final dos anos 70 pelo DJ Mister Sam, que depois lançaria Lady Lu e outras mulheres tão sensuais quanto a pernambucana, cujo nome verdadeiro é Maria Odete Miranda. Na minha opinião pessoal e na da maioria dos homens do Brasil, Gretchen é um baita mulherão. Ainda que hoje em dia ela não seja tão bonita de rosto como antes, ainda mantém o corpo e sua simpatia conquista a todos. Mas ela também influenciou a MPB e a personalidade feminina nas décadas seguintes. Se nos anos 80 tivemos chacretes cantando, como Rita Cadillac e Fernanda Terremoto, nos anos 90 as dançarinas do Tchan e hoje temos as mulheres-frutas e as panicats, tudo isso se deveu À essa querida cantora. Todas elas se inspiraram em Gretchen. Inclusive Valesca Popozuda é uma herdeira direta. E a influencia na música? Bom, além das cantoras citadas, Gretchen influenciou na lírica sensual, no rebolado e até no jeito de cantar. Pra mim, até Mariah Carey deve ter ouvido a cantora, pois ela vive alternando gritinhos e gemidos com sussurros e melismas. Tenho certeza absoluta que Gretchen é conhecida lá fora. Brincadeiras À parte, Gretchen hoje em dia tem um público LGBT muito forte, e eu aumentei minha admiração por ela quando ela demonstrou apoiar Lula e o PT. Nem faria senido ela ser bolsominion depois de tão revolucionária que ela foi, não é mesmo? Hoje em dia nós temos cantoras sensuais, como Anitta, Ludmilla e Lexa, que são fãs da Gretchen e não deixam morrer seu legado. As mulheres nunca gostaram dela, como também não gostam das cantoras de hoje. O que, pra mim, é inveja. Custa admitir quando outra mulher é linda, gostosa e sensual? Fica aqui minha eterna admiração a essa mulher guerreira, que ainda por cima tem um filho que se elegeu vereador, Thammy Miranda. E encerro este texto com uma frase do grande cantor Agnaldo Timóteo, no programa Superpop: Gretchen canta infinitas vezes melhor que João Gilberto. Isso impressionou até a própria cantora, mas é a PURA verdade.

segunda-feira, 10 de agosto de 2020

As melhores novelas da década passada

Bom, sou do grupo dos que creem que a década começa em 2020, e não em 2021. Porque a partir do momento em que dizemos dois mil e VINTE, já é a década de vinte, não é mesmo? A década pra mim começa quando começa uma nova casa numérica. Dito isso, resolvi fazer uma lista das melhores telenovelas brasileiras da década. Os critérios adotados foram o texto, a produção, a direção, a fotografia e as atuações. A ordem é qualquer uma que voces desejarem, não sendo enumeradas da melhor para a pior. Conforme fui lembrando, fui comentando sobre cada uma. Primeiro irei falar de novelas das sete. A melhor da década, para mim, foi Bom Sucesso, a última que passou no horário. Perfeita do início ao fim, foi uma forma de Antonio Fagundes e Grazi Massafera se redimirem do fiasco que foi Tempos Modernos, lá no início da década. A novela fazia apologia À leitura de livros, inclusive fazendo citações de obras clássicas, e trouxe ótimas atuações de todo o elenco. Outra novela igualmente PERFEITA foi Cheias de Charme, de 2012. Uma novela que contou com a MARAVILHOSA atuação de Cláudia Abreu, com a impagável Chayenne. As músicas da novela, cantadas pelos próprios personagens, chegaram a tocar nas rádios de verdade, principalmente o sucesso Vida de Empreguete, cantada por Cida, Rosário e Penha. Fez tanto sucesso que elas até cantaram no especial do Rei, no final do ano, quando a novela já tinha até terminado. Outras duas novelas ótimas foram a também musical Rock Story, e a juvenil Sangue Bom. A primeira, trazia a boy band 4.4, a segunda, tinha mulheres lindíssimas como Fernanda Vasconcellos e Isabelle Drummond. O enredo de a,bas foi muitíssimo bem construído, e a segunda ainda tinha uma personagem que fazia sátira as mulheres-frutas, a Mulher Mangaba, pseudonimo de Brunetty, vivida pela bela Ellen Roche. As melhores das seis foram: Cordel Encantado e sua saga nordestina, A Vida da Gente com uma história de superação, a emocionante Sete Vidas, a épica Meu Pedacinho de Chão, a histórica e injustiçada Lado a Lado, que pelo menos venceu o Emmy Internacional, e a espírita Espelho da Vida. Ah, já ia me esquecendo de Órfãos da Terra. Essa novela foi ótima do início ao fim. E poucos se deram conta, mas ela nos deu a chance de ver, atuando juntas, as duas melhores atrizes da nova geração: Alice Wegmann e Júlia Dalavia, a primeira com sua beleza estoenteante, estilo mulherão, e a segunda com uma beleza mais delicada e sua voz de menina. Já o horário das nove viveu momentos péssimos na última década. Tirando Avenida Brasil e A Lei do Amor, eu detestei absolutamente todas. Achei A Regra do Jogo e Segundo Sol apenas medianas. O horário das onze nos deu duas pérolas: Verdades Secretas e Liberdade Liberdade. Eu adorei as duas, e amaria uma reprise para elas. Principalmente a segunda, que conta a história da Princesa Joaquina e sua estadia no Brasil, além de sua luta contra a Coroa Portuguesa. Sem contar o tanto de mulher bonita que tinha nela. Para mim, estas foram as melhores novelas do período. Gostaria de ler comentários. Acha que alguma novela ficou faltando? Opinem!

quinta-feira, 9 de julho de 2020

Eu ODEIO carnaval, samba e pagode

Sim, é isso mesmo que vocês leram.

Detesto esse lixo de festa que nem brasileira é. Caso vocês não saibam, o carnaval nasceu em Veneza. Mas o carnaval do Brasil é UM ZILHÃO DE VEZES pior, e vou dizer o que acho dessa aberração porque decidi desabafar.

Não tenho nada contra festas, celebrações. Tanto que sou apaixonado por raves, baladas, e shows de rock com muita vibração e energia. Tudo isso é festa, ora. Então porque o ódio ao carnaval?

É simples. Além das "músicas" tocadas serem um lixo, o carnaval é bancado com dinheiro público. Isso significa que quem não gosta dessa desgraça é obrigado a financiá-la mesmo assim, como eu.

Eu gosto de Rock e Eletrônica. Mas eu seria contra eventos do tipo com dinheiro de impostos, primeiro porque nem todo mundo a obrigado a gostar desses estilos, e segundo porque impostos tem que ser investidos na saúde, na educação, na segurança.

Nem reclamo tanto do carnaval baiano, embora eu não seja um grande fã também. Mas até ele é resultado da alienação que vivem os soteropolitanos.

Mas o LIXO mesmo, a IMUNDÍCIE, está no carnaval carioca, onde é executado o pior estilo musical já inventado pelo ser humano: o samba-enredo.

Na verdade, eu odeio QUALQUER tipo de samba: o pagode mela-cueca, cortesia de nós paulistas para o resto do país, o pagode baiano, o samba de raíz.

Música de comunistas safados, e de gente vagabunda que só sabe viver no boteco bebendo e berrando por um time de futebol.

Eu amo futebol, mas sem fanatismo. Meu time perdeu? Paciencia, na próxima faz melhor.

Outra coisa que me irrita é que no carnaval as pessoas perdem a sanidade. Elas ficam alucinadas, querendo fumar, beber, transar sem camisinha. E se alguém acha isso ruim, é porque é um chato moralista que não sabe curtir a vida.

Carnaval pra mim consegue ser pior que os malditos realities shows. Nunca imaginei que eu fosse achar algo pior que o BBB. Mas carnaval consegue.

Mas, fora o carnaval, eu também odeio pagode. O pior é que isso toca o ano inteiro. E quem gosta desse excremento faz questão de ouvir no último volume.

Adoram dizer que DJ não é músico. Se forem os DJs de funk carioca, eu concordo. Qualquer imbecil programa uma batida de funk, eu mesmo faço uma batida dessas no vaso sanitário. Mas na Eletronica, tem que ser muito talento para criar músicas. Vale lembrar que no Hip Hop e em algumas vertentes do rock, como no Metal Industrial, também tem ótimos DJs.

E o lixo do samba? Mesmo sendo tocado com instrumentos de verdade, qualquer um faz isso. Pandeiro é o instrumento mais fácil do mundo de ser tocado, não precisa de técnica nenhuma. E o cavaquinho foi feito na medida para ser tocado por presidiários, com as mãos algemadas.

Mais chato que desfile de escola de samba, é a apuração. PQP, que inferno! Quem é o débil mental que vai querer perder tempo com isso. Somente os bicheiros que faturam dinheiro com essas escolas, porque para os demais, não tem a menor serventia.

É por essas e outras que detesto essas porcarias.

Peço desculpas por esse texto ser muito grosseiro, é que é impossível não ficar nervoso falando de carnalixo, sambalixo e pagolixo.

Se um dia fizerem o carnaval com um show do Marilyn Manson, podem me chamar. Desde que não custe nada aos cofres públicos.

terça-feira, 7 de julho de 2020

CNT já foi a melhor emissora do Brasil

Fundada pelo político José Carlos Martinez como Tv Tropical em 1979, mas passando a funcionar como Central Nacional de Televisão a partir de 1993, a CNT, sigla pela qual é mais conhecida, já teve a melhor programação da televisão brasileira.

Acha que estou brincando? Não mesmo. Para os mais novinhos, a CNT é esse canal que só retransmite 22 horas diárias da Igreja Universal, mas para quem teve sua infancia nos anos 90 e 2000, ela era uma das melhores opções na telinha.

É bom deixar claro que a CNT sempre teve muitos de seus horários alugados. Mas nem sempre eles foram a maior parte da grade do canal.

Mesmo entre os programas que compravam seu espaço, havia coisas interessantes. Um programa oficial da Furacão 2000, apresentado pela lindíssima Veronica Costa, a mãe loira do funk, que era o único reduto dos funkeiros na época, muito antes de Regina Casé e seu Esquenta.

Havia infomerciais, e também um programa chamado 1001 Noites, que existe até hoje mas em outras emissoras. Esse programa nada mais era do que um leilão de jóias, feito por uma empresa concorrente do Medalhão Persa (também existente até hoje) que na época alugava horário no Canal Rural.

Havia o 190 Urgente, um dos muitos "herdeiros" do policialesco Aqui Agora do SBT, alguns anos antes. Um tipo de jornalismo brucutu, mas que dava informações que o telespectador precisava ouvir, e por mais que houvesse nervosismo da parte do apresentador, o mesmo também brincava bastante. Aliás, hoje ele está na emissora de Silvio Santos com um programa totalmente de brincadeiras. Sacaram quem é? Ele mesmo, o grande Carlos Massa, o Ratinho.

No final dos anos 90, a CNT criou programas de atrações musicais, como Festa do Mallandro (que mais tarde focaria mais em pegadinhas), Família Sertaneja com Marcelo Costa e Ligação com Guto Morenno.

Haviam programas de entrevistas: um programa exibido nas madrugadas de segunda a sexta-feira, apresentado por João Kléber, com a intenção corajosa de competir com o JÔ Soares Onze e Meia, na época líder absoluto no ibope. E também um programa apresentado pela Marília Gabriela. Bons tempos em que os entrevistadores tinham respeito pelo público, não eram como Danilo Gentilli, que só sabe ofender as pessoas.

Haviam muitos programas de conteúdo erótico. O mais famoso era o Puro Extase, apresentado pela deliciosa Regininha Poltergeist, de curta duração. Sem contar filmes eróticos softcore, que tinham intenção de competir com o Cine Prive da Bandeirantes, mas não passavam exclusivamente aos sábados.

O que havia de mais legal na CNT era a programação estrangeira: desenhos animados antigos, filmes clássicos de Hollywood e novelas mexicanas ou venezuelanas que não foram compradas pelo SBT.

Ou seja: desenhos que mais tarde, só passariam no Boomerang, que agora nem passa só desenhos antigos, e filmes que só passariam no TCM, que ampliou seu leque de programação e não exibe mais coisas tão antigas assim, chegando a incluir filmes de terror (!) e séries dos anos 2000.

Já as novelas tinham o mérito de ter uma dublagem mais sofisticada do que as do SBT, além de terem uma ótima dicção que permitia compreender melhor cada fala. É certo que haviam crises de pagamento, o que fez com que a excelente Canavial de Paixões começasse dublada e terminasse legendada.

Além dos divertidos seriados Chaves e Chapolin, a CNT também passou a exibir episódios do Chespirito gravados na década de 90, sob o nome de Clube do Chaves. Foi a terceira dublagem do seriado no Brasil, que mais tarde teve uma quarta dublagem, exibida pelo SBT.

Enfim, é uma pena que uma emissora tão qualificada, embora nunca tenha sido um sucesso, tenha decaído tanto ultimamente.

As últimas coisas bacanas que ela exibe hoje são o ótimo CNT Jornal e o CNT Esporte. Nem a grande jornalista Márcia Peltier está mais no qudro de apresentadores.

Com apenas duas horas de programação própria, hoje a CNT é mais uma que vive das glórias do passado.

quarta-feira, 17 de junho de 2020

Antônio Calmon: meu novelista preferido do horário das sete

Eu sinto saudade do tempo em que o horário das sete era monopolizado por dois excelentes autores: Carlos Lombardi e Antônio Calmon. Ambos estão entre meus novelistas preferidos.

Hoje, vou falar sobre o Calmon, que é meu preferido de todos.

Ele estreou em 1989, dividindo parceria com Walther Negrão (que, por sua vez, é um dos meus autores preferidos do horário das seis). Era a novela Top Model, espécie de Malhação dos anos 80, pois metade da história era calcada no público adolescente.

Como eu não era nascido na época, passei anos e anos da minha vida desconhecendo esse verdadeiro novelão. A descoberta veio numa madrugada de 2012, com meus 17 anos, quando zapeando os canais, coloquei no Viva. E aí foi paixão à primeira vista: me senti um jovem da época. Comecei a imitar as gírias e o modo de gesticular dos personagens, sobretudo o de Gaspar e Saldanha, os adultos entrosados com a galerinha mais nova.

Não vou comentar sobre as novelas da década de 90, pois eu era apenas um bebezinho.

A primeira novela do Calmon que eu me lembro, foi também uma das primeiras que assisti na vida. E é a minha novela favorita de todas que existem no mundo: a ultra-maravilhosa e perfeita Um Anjo Caiu do Céu.

Tudo nessa novela me fascinava: a boa escalação do elenco, a trilha sonora, o texto, a sinopse, os ganchos, absolutamente tudo.

Depois teve O Beijo do Vampiro, que marcou DEMAIS a minha infancia. Apesar da audiencia super baixa, todo mundo comentava na escola o capítulo do dia anterior. E domingo ficávamos tristes porque não tinha a novela. A criançada adorava, o que as vezes me deixa em dúvida se ela realmente foi um fracasso.

Mais tarde, no Viva, eu vi Vamp, que era bem legal também.

Em 2004, com meus nove anos, Calmon escreveu junto com Elizabeth Jhin a excelente Começar de Novo. Esta era mais focada no público adulto, com uma história de amor, intrigas e vingança. O casal central era vivido pelo saudoso Marcos Paulo e por Natália do Valle. Um dos casais mais lindos da teledramaturgia. Mas não deixava de ter um apelo jovem, com os personagens Vô Doidão e Vó Doidona, que eram muito carismáticos. Respectivamente, Luiz Gustavo e a saudosa Marília Pêra.

Em 2008, foi a vez de Calmon se despedir das novelas, com Três Irmãs, espécie de "revival" de Top Model, pois tinha núcleos jovens, praia e surf.

Como a novela foi um fiasco, Calmon perdeu espaço na programação da plim-plim. Infelizmente.

Calmon também revelou para o Brasil o casal de irmãos Stephany e Kayky Brito.

Ele ainda viria a escrever o seriado Na Forma da Lei, seu último trabalho na tv, e chegou a apresentar sinopses desde então, mas nada foi aprovado.

É lamentável que um autor desse gabarito seja tão desprezado.

Fica aqui minha torcida pela sua volta, grande Calmon, e continuarei revendo todas as suas obras antigas.

Obrigado por falar a linguagem do jovem brasileiro, sem tratá-lo como um alienado.

Grande abraço!

terça-feira, 16 de junho de 2020

Argumentos em favor da "Aemização das FMs"

Há tempos estou querendo comentar sobre o fenÔmeno que alguns críticos e jornalistas denominam "Aemização do FM". Primeiro, vamos explicar o que é isso, e depois irei argumentar em sua defesa.

Aemização é como alguns "jornalistas", na verdade, blogueiros independentes mas que são loucos para colocar na mente dos outros que suas opinião são as corretas, definem emissoras de rádio FM que emulam, parcial ou totalmente, o estilo de transmissão do rádio AM. Vale também quando há uma dupla transmissão "AM-FM".

Como parte do primeiro exemplo, posso citar a Metrópole FM, de Salvador, cuja programação é totalmente dedicada ao "Aemão", ou seja, com jornadas esportivas, noticiário e programas de locutor, e a Transamérica, que tem em alguns horários programas do tipo.

Como parte do segundo, pode-se mencionar a dupla transmissão da Globo "AM e FM", bastante criticada.

Mas aqui, vou me desfazer de alguns mitos de que isso é uma coisa negativa.

1) Dizem que os defensores da "Aemização" prometiam expulsar a música ruim do rádio FM, mas que, com ela, isso só aumentou, pois as rádios que deveriam estar tocando música boa passaram a tocar lixo. Isso é verdade, de fato. Mas o número de rádios que tocam lixo diminuiu consideravelmente, em função do Aemão. E quem quer fugir da música ruim, tem as rádios noticiosas como opção. Em outras palavras: e preferível meia-dúzia de rádios tocando música ruim e várias dando notícia, do que umas boas poucas rádios de boa música e muitas outras tocando porcaria, algo que seria inevitável a partir dos anos 90. E podem perceber que de lá pra cá, as rádios de música ruim aumentaram. Mas graças as FMs noticiosas, nem tudo é música ruim no rádio FM.

2) A esquerda radical gosta de argumentar que as FMs "all news" tem uma linha editorial conservadora. Meia-verdade. Embora haja uma mídia de direita do tipo, e ela é bem grande, não chega a ser a maioria. Vale lembrar que a Aemização, embora tenha começado nos anos 70, portanto, na ditadura militar, ela se fortaleceu durante a farra de concessões da dupla José Sarney (que apoiou o PT) e AntÔnio Carlos Magalhães. No governo Collor, várias igrejas evangélicas foram presenteadas com emissoras AM, o que é outra história. Mas o auge da aemização foi no governo FHC, que todos nós sabemos ser um político de esquerda. Tanto que o governo Lula não fez nada para reverter essa situação. Sinal que FHC e Lula são dois grandes líderes, merecem respeito e foram EXPLICITAMENTE apoiados por MUITAS dessas emissoras, inclusive por Mário Kertézs, dono da citada Metrópole FM. Mesmo ele sendo um afilhado político de ACM. E outra: por mais que o falecido político baiano fosse um crítico do PT, seu governo foi tão progressista quanto o de Jacques Wagner, do citado partido. ACM se dizia direitista, mas era um grande progressista.

3) Dizem que debates esportivos, desses que gostam de discutir o sexo da bola, são maçantes. Bom, isso vai do gosto de cada um. Fui pesquisar o perfil de quem disse isso, e são pessoas que detestam futebol. Quem não gosta de ver partidas de futebol, logicamente irá achar mesas redondas ainda mais chatas. Dizem também que o "AM em FM", assim como o AM original, perdem muitos pontos no Ibope para as transmissões esportivas da TV aberta e da TV paga. Ora, mas isso é óbvio! Quem é que, podendo ver um jogo na televisão, vai querer escutar o mesmo jogo no rádio? Eu mesmo prefiro ver na TV. Agora, o debate esportivo no rádio, é muito superior que tv, por dois motivos: primeiro, porque geralmente são os mesmos programas retransmitidos. Segundo, porque é muito mais prático você sintonizar, podendo ouvir no carro, no shopping ou no celular (lemrando que aparelhos de celular transmitem apenas FM).

4) Por fim, uma das coisas mais criticas no Aemão é o estilo de locução. Aí é que a coisa pega. Algumas AM em FM se limitam a serem meras AM na Frequência Modulada. É o caso da Metrópole, que tem uma locução mais "tradicional", digamos assim, e vagarosa, mas com o locutor brincando com os ouvintes que nem os locutores das FMs populares. Já o outro tipo de locução, o mais pragmático e também, o mais criticado, é o que junta a fórmula do AM com a linguagem da mídia jovem,sobretudo MTV, RedeTV! e das próprias rádios de música pop e dance, como a Jovem Pan 2. Vale até uma brincadeira aqui: Alexandre Figueiredo disse que as modernas rádios de rock não passam de uma "Jovem Pan 2 com guitarras". Podemos dizer que essa vertente do Aemão é uma "Jovem Pan 2 com chuteiras". É como se o Rock Gol, aliás um programa divertidíssimo apresentado por Paulo Bonfá e Marco Bianchi, fizesse parte da programação dessas rádios. Aliás, eles próprios fizeram parte de um programa do tipo, Os Sobrinhos do Ataíde (89 FM), só que ao invés de futebol, era um programa humorístico. Eu acho esse tipo de programa extremamente moderno e ágil.

Enfim, esses são apenas ALGUNS argumentos a favor do Aemão. O rádio AM foi muito importante, sim, mas é uma mídia ultrapassada e com muitos chiados. O FM é o futuro. E quero ver alguém provar o contrário.

segunda-feira, 15 de junho de 2020

Funk Carioca e Pagode Baiano: a gostosa sensualidade da música brasileira

Eu sou um eterno apaixonado pelos anos 90. Mesmo que eu fosse apenas uma criança na época, eu sempre preferi músicas, filmes e programas dessa década do que as atuais.

Um dos ritmos de maior sucesso nos anos 90 era o pagode.

Ritmo dividido em duas tendências: a primeira, chamada de pagode romântico, que explodiu nas paradas a partir de 93, com grupos como Só pra Contrariar, que não são muito a minha praia. Acho esse pagode muito meloso.

A segunda febre, que tomou conta do país a partir de 1995, foi o pagode baiano, também conhecido como quebradeira ou suingueira.

Os primeiros sucessos do gênero foram Melô do Tchan, do Gera Samba e Na Boquinha da Garrafa,, da Companhia do Pagode. Duas músicas que tocaram o ano inteiro, e não apenas no carnaval.

A partir daí, as gravadoras descobriram a mina de ouro que havia na Bahia, principalmente nas regiões periféricas de Salvador.

De uma hora para outra, no final dos anos 90, surgiram milhões de grupos tocando um samba-de-roda com letras saudavelmente maliciosas, exaltando a mulher e nunca a rebaixando.

Em 1998, o Terra Samba ao Vivo e a Cores foi o disco mais vendido do país, junto com o CD do Padre Marcelo Rossi.

O auge do pagodão foi mesmo até 2000. Porque a partir daí, o funk do Rio tomaria as paradas, trazendo consigo letras parecidas, ou seja, que falavam de "peitinho", de "bundinha", de "perninha". E sofreria a mesma discriminação das elites e da imprensa cultural, que todo mês lamentavam o fim da poesia na música brasileira.

Ou vocês acham que no auge, os pagodeiros também não eram malhados?

Mas, se vocês prestarem atenção, a sensualidade já existe na música popular desde as antigas marchinhas de carnaval. E o samba-duro da Bahia é um ritmo legitimamente nosso.

Isso sem falar nas esbeltas e deliciosas dançarinas que acompanhavam esses grupos. Outra coisa que o funk copiou descaradamente. Elas tinham lindos e generosos bumbuns, enormes mesmo. Os homens, como eu, ficavam babando pelo remexer de glúteos da ultra-mega-maravilhosa Carla Perez, de Sara Verônica, das Sheilas, ou mesmo de "dançarinas que cantavam" como o Axé Blond e o Banana Split.

Os roqueiros morriam de inveja, pois o pagode, assim como o axé de Netinho, Banda Eva e outros, havia tirado os espaços para o rock na grande mídia.

Mas o pagodão foi explorado maciçamente pelas rádios e tvs até que saturou. E aí aí que entra o funk carioca, com sua batida imitando o miami bass da Costa Leste dos EUA, mais precisamente, da Flórida, de grupos como 2 Live Crew.

No início, o funk tinha uma batida copiada do freestyle, funk melody feito por latinos, e era chamada de Volt Mix. Depois, a partir de 2007 mais ou menos, surgiu o "tamborzão", que simulava um batuque de umbanda. Até chegar no funk atual, com uma batida similar à do reggaeton. Mas é claro que o funk é melhor, porque é NOSSO, é brasileiro, e eu tenho muito orgulho desse tipo de som.

O funk assim como o pagode baiano, tem várias dançarinas gatas rebolando seus popozões. E tem até bondes femininos, nos quais a mulher, além de rebolarem sensualmente, ainda solta a voz. Versões femininas de grupos como Bonde do Vinho e Os Ousados, como Gaiola das Popozudas e Jaula das Gostosudas. Cada uma mais perfeita que as outras.

O funk é ainda mais odiado do que o pagode. As pessoas o rejeitam por diversos motivos: racismo (por serem música de negros), rejeição social (por serem música de pobres) e moralismo (por exaltarem o sexo).

Mas música com palavrão existe em todos os gêneros, vão negar? Exceto na "santíssima" música gospel, embora hajam pastores e cantores do estilo que gravam vídeos transando, como já saiu na mídia.

Inclusive muitos funkeiros e pagodeiros, como Xella, ex-Pagodart, e Tati Quebra-Barraco, a precursora do "proibidão" se convertem e viram crentes.

Assim como o sertanejo é herdeiro da tradição romantica da música brasileira, como as valsas e serestas, o funk e o pagode são uma herança da gostosa pornografia que já se va no maxixe e no lundu, por exemplo.

Cabe a nós transportamos o valor de cada época para outra, e aprendermos a respeitar a verdadeira cultura do povo brasileiro.

quinta-feira, 11 de junho de 2020

Rádio Cidade do Rio de Janeiro não é mais a mesma, mas ainda é a melhor rádio de rock do Brasil

Em fevereiro deste ano, tivemos a ótima notícia do retorno da Rádio Cidade 102,9 FM, do Rio de Janeiro.

Na minha opinião, a Cidade foi, durante anos, a maior e mais importante rádio dedicada ao rock'n'roll no Brasil.

Eu não sou carioca. Nunca fui ao Rio. Conheci a rádio através de textos, graças ao advento da Internet. Isso foi em 2009. Naquela época, a emissora já tinha saído do dial e dado lugar à Oi FM, uma rádio de pop eclético contemporâneo, igualmente maravilhosa. Mas nesse período, ela transmitia online como Cidade Web Rock, tendo voltado entre 2014 e 2016, saído novamente do ar e voltando agora em 2019 (espero que desta vez para ficar).

A melhor fase da Cidade foi entre 1995 e 2006. Aliás foram duas fases em uma só. A primeira, entre 1995 e 2000, como emissora independente. A segunda, de 2000 até 2006, como afiliada da 89 FM de São Paulo, a Rádio Rock. Tanto que passou a se chamar de "Cidade a Rádio Rock", assim mesmo, sem vírgulas.

Nessa época, ela tocava o que havia de mais legal no rock, dando ênfase à tendências mais pesadas, porém que faziam bastante sucesso na gringa. O foco estava nas bandas de Post-Grunge, como Creed, Nickelback e Goo Goo Dols. Havia também bastante espaço para o Green Day, uma banda que muita gente rejeitava na época, mas hoje é uma das mais respeitadas na cena.

Tinha também bastante pop-rock, como a maravilhosa Alanis Morisette, Lenny Kravitz e os brasileiros do Cidade Negra e O Rappa.

E se engana quem pensa que o rock brasileiro não era valorizado. Bandas seminais como Detonautas, CPM 22 e a melhor de todas, o Charlie Brown Jr., não saíam nunca da playlist.

Fica aqui uma bronca com o jornalista Alexandre Figueiredo. Ele reclama nos seus sites de que a Cidade só tocava rock comercial, ou então, músicas manjadas de bandas clássicas. Mas a Cidade era uma rádio JOVEM, e assumia esse perfil. E jovem, mesmo naquela época, queria ouvir o rock mais atual. Eu mesmo sou um exemplo disso. Mesmo hoje, com meus 24 anos, eu adoro TODO tipo de rock, e os anos 90/2000 tiveram muita coisa bacana. Por que então, não tocá-las?

Outra reclamação que ele faz é que a Cidade se envergonha do seu passado pop, entre 1977 e 1984. Mentira. Eu já vi locutores mencionando essa fase da rádio. Não vou me alongar muito nesse assunto, pois eu nem era nascido nessa época. Mas segundo Alexandre, a rádio tocava o melhor da MPB contemporânea e da disco music. O rock, nessa época, era trabalhado pela emissora apenas em bandas mais conhecidas, como o genial músico Peter Frampton e as mais manjadas do Kiss e do AC/DC.

Mas não interessa. A melhor época foi mesmo a partir do ano 2000. A grande banda norte-americana Guns'n'Roses tocava na rádio o dia todo.

Além do hard rock farofa oitentista, que vivia um revival na mídia na virada do milênio, o Pop Punk do Blink-182, o Nu Metal de Korn e Limp Bizkit e as bandas brasileiras do chamado "rock engraçadinho" surgidas na esteira dos Raimundos e dos Mamonas Assassinas tocavam na programação praticamente o dia inteiro. Exceto nas madrugadas, que eram dedicadas a programas específicos de classic rock e de progressivo (até mesmo obscuras bandas italianas!)

O programa Cidade do Rock era o grande "paradão" da rádio. Apresentado por aquela gracinha da Monika Venerabile, que depois acabou apresentando programas em rádios populares.

Enfim, o jovem que gosta de rock está muito feliz com a volta da Rádio Cidade, por mais que ela não seja mais a mesma. Mas estado de espírito ainda está todo lá.

O rock jamais irá morrer! E a Cidade contribui para isso, com a mais absoluta certeza.

sábado, 23 de maio de 2020

A importância da balada e da música eletrônica para os movimentos de esquerda

Eu sou apaixonado por música eletrônica. Mais do que por qualquer outro gênero musical já comentado aqui no blog.

Faz tempo que estou querendo dizer o que penso desse movimento cultural que há décadas domina o cenário estrangeiro.

Quando digo música eletrônica, estou incluindo TODAS as vertentes. Todas mesmo. Não há uma que não seja do meu agrado. Inclui até mesmo o agressivo Horrorcore, mistura de Harcore Techno com barulhos tirados de filmes de Horror.

Techno, aliás, é o nome genérico para música eletronica. Como Dance Music era o nome que designava toda música eletronica nos anos 90. Mas aqui, vou desfazer esse equívoco.

A Eurodance dos anos 90, estilo bastante tocado em festinhas infantis e até nos churrascos de domingo com a família, era somente a vertente mais popular da época. Projetos obscuros como Snap, Technotronic e Alexia, eram nomes dados para algum vocalista desconhecido que "emprestava" sua voz para aquele projeto. O mesmo cantor ou cantora podia gravar faixas para diversos projetos.

Nos anos 2000 o gênero viveu altos e baixos. Foi um período dominado pelo hip hop e, no Brasil, pelo pop-rock. Generos que também curto bastante, mas não são o foco desse texto.

Só que na Europa, berço da música eletrônica, ela continuava produzindo hits para as pistas de dança.

Em 2007, o Psy Trance virou uma coqueluche. Na minha escola, a galera só dançava isso. Inventaram até o Psy Frevo aqui.

O Drum'n'Bass, surgido na Inglaterra, gerou o Drum'n'Bossa aqui no Brasil. Várias novelas da Globo tiveram canções do estilo em seus CDs internacionais ou complementares.

Mas a minha vertente favorita da música eletrônica é o Brostep, que por sua vez é derivado mais rápido do Dubstep, que foi inventado pelo DJ e ex-cantor de rock Skrillex. O cara é simplesmente fenomenal!

Para quem não está sacando ainda, tá ligado aqueles vídeos de Youtubers tipo Minecraft? Sempre na introdução do vídeo, toca uma musiquinha meio robótica e repetitiva, né? Isso é o Brostep. Os próprios carinhas que fazem o vídeo costumam montar suas faixas, ou seus "drops", em seus próprios PCs.

Mas o motivo desse texto eu vou dizer agora. Fiz um breve históricos da Eletro Music e algumas de suas vertentes (olha que só falei das mais comerciais!) para dizer o quanto esse tipo de som pode e É usado como instrumento revolucionário.

Por mais que hajam reacionários que curtam música eletronica, ela é um genero musical de esquerda. É como o samba. Tem uns idiotas que usam músicas desses estilos em videos pró-intervenção militar, o que é absurdamente ridículo.

Qual é o clima da balada? Paz e amor, como era Woodstock, só que em outro contexto, o das raves. Mas a liberdade de consumir drogas, de transar ou de ficar nu em público é a mesma. E isso é ótimo.

Eu nunca experimentei drogas. Mas sou a favor de quem quiser usar. Qual é o problema?

Mas aí você pode argumentar que nas baladas ocorrem muitas brigas. Mas essa não é a intenção. Quem sai para curtir a noite, quer celebrar a vida, beijar na boca e até arrumar uma paquera mais intensa. Casais já se conheceram na balada. Isso é errado?

A própria música é alegre, e as letras falam de amor, de dança, de alegria.

A maioria dos fãs e artistas de eletrônica são esquerdistas. Vejam, por exemplo, a cantora Dua Lipa e o músico de Trap Diplo. Eles se posicionaram contra Bolsonaro nas eleições passadas.

Essa é a minha opinião, e dificilmente alguém poderá discordar. A música eletronica é progressista. E deliciosamente genial.

quinta-feira, 14 de maio de 2020

Porto dos Milagres e o revival de 2001, o ano que não terminou

De todas as novelas que estão no ar atualmente, incluindo todas as emissoras, minha preferida é Porto dos Milagres, escrita pelo mestre Aguinaldo Silva. A novela ficou no ar por um bom tempo no ano de 2001, de fevereiro até setembro, e vem sendo exibida desde o início desse ano pelo Canal Viva.

Pra mim, é a melhor novela de Aguinaldo; só não foi a melhor daquele ano pois minha novela preferida era exibida quase que ao mesmo tempo. Me refiro à Um Anjo Caiu do Céu, cartaz às sete horas da noite.

Enquanto isso, às seis da tarde, passava a maravilhosa Estrela Guia, com a dupla teen Sandy e Júnior. Que aliás, está de volta agora com uma turnê comemorativa de 30 anos de carreira. E é motivado por esse clima de revival, que resolvi escrever esse texto.

Em 2001, a música pop estava bombando com as divas internacionais e também com grupos de rapazes. A febre do momento era o Nsync. Tanto que chegaram a ter uma música incluída na novela As Filhas da Mãe.

O Nsync era minha boy band internacional favorita, mas também haviam os Hanson, que eram uma boy band no sentido do apelo pop, mas eram também uma banda, pois cada um tocava seu instrumento. Eu adorava esses caras, que aliás estão na ativa até hoje.

2001 também foi o auge do programa Domingo Legal, apresentado pelo saudoso Gugu Liberato. Para mim, o melhor programa da história da televisão mundial, e o melhor apresentador do mundo. Sabem porque acho isso? Não só pelas belas mulheres sensuais que batiam bonto lá, mas também por receber os maiores astros da música popular brasileira e internacional. Os próprios grupos mencionados no parágrafo anterior chegaram a tocar lá.

Gugu também lançou vários grupos musicais. Meus favoritos eram o Dominó, que chegaram a ter várias formações desde 1984. Minha formação favorita é a de 1997. Mas a formação 2001 nos deu o hit Bomba. Sabe aquele mega-hit dos Braga Boys no ano anterior? Então, eles gravaram a versão original, em espanhol, com um arranjo super-dançante. E haviam as garotas do Banana Split, que sempre cantavam o ritmo do momento. Nessa época, elas cantavam axé, que estava bombando.

O funk carioca explodia em 2001 com seus tapinhas, motinhas e eguinhas. Gugu, como todo mestre, deu espaço. Assim como o pagode erótico da Bahia sofria críticas da intelectualidade alguns anos antes, naquele início de século o pancadão do Rio passou a ser a grande vítima da imprensa.

Os pagodeiros, tanto os baianos quanto os românticos - em sua maioria paulistas - não saíam da Banheira do Gugu e do Jogo do Banquinho, do Programa Raul Gil, naquela época dando mais de 30 pontos na Rede Record.

A música sertaneja vivia uma fase bem pop. Podem reparar que os sertanejos nessa época, como Pedro e Thiago e Marlon e Maicon, usavam um visual inspirado no pop internacional, como jaquetas, óculos escuros ou transparentes e topetes. Era um sertanejo adolescente, assim como Os Travessos cantavam um pagode para adolescentes.

O seriado Malhação vivia uma das suas melhores fases. Três temporadas excelentes seguidas (1999, 2000 e 2001). E com várias bandas de rock à tiracolo: Charlie Brown Jr., Detonautas Roque Clube e Tihuana, só para citar as três mais famosas.

Bandas que, aliás, não saíam do programa Superpositivo, apresentado pela gatíssima Sabrina Parlatore na Bandeirantes. O que tinha de mulher bonita nesse programa não era brincadeira.

A Sessão da Tarde vivia seu melhor momento. A molecada que estudava de manhã, como eu, chegava do colégio, almoçava e às 16:00 horas lanchava biscoito com Nescau assistindo pérolas como Um Príncipe em Nova York, Lassie, Ed - Um Macaco Muio Louco etc.

Para a gurizada que estudava de tarde, poderiam se divertir com duas opções: Eliana e Alegria, na Record, cujo recorde de audiencia se dava com o desenho japones Pokemon, ou então com a deusa Angélica na Globo, que passava no mesmo horário um outro desenho importado do Japão, Digimon.

Nesse ano também, surgiu o primeiro reality show originalmente tupiniquim. Casa dos Artistas, que contou com a participação de gatas como Nana Gouvêa e Mari Alexandre, do ator Alexandre Frota e de Supla.

O roqueiro estava sumido desde o início dos anos 90, morando na América, e voltou ao Brasil em 2001. Lançou disco novo - estrondoso sucesso de vendas -, participou de novela global e virou estrelinha fácil no programa Piores Clipes do Mundo, de Marcos Mion.

Enfim, 2001 foi o melhor ano da história. E a maravilhosa Porto dos Milagres, que tem em sua trilha sonora músicas iconicas como Crendice, do grande músico Carlinhos Brown, que seria vaiado injustamente no Rock in Rio no final daquele ano, e Entre o Céu e o Mar, da divina cantora Elba Ramalho, foi a cereja do bolo.

Parabéns ao Canal Viva por reprisar essa obra-prima. Uma forma dos saudosistas se lembrarem, com carinho, daqueles bons momentos.