sexta-feira, 8 de fevereiro de 2019

A importância de haver uma tv pública e o golpismo dos que querem extingui-la

O atual governo ameaçou acabar com a TV Brasil, emissora de caráter educativo criada pelo ex-presidente Lula em 2007.

Felizmente, isso não aconteceu. Ao menos, por enquanto.

Mas sua equipe já mandou anunciar que a emissora terá uma programação diferente, voltada "para o povo brasileiro". Em que mudanças isso implica, eu não sei, já que uma tv controlada pelo Governo Federal tem o dever de ser voltada para o povo brasileiro.

A TV Brasil é uma tv pública de grande qualidade. Conta com uma ótima programação infantil, a maioria dos desenhos são nacionais e feitos com verbas públicas. O que, ao contrário do que muita gente pensa, não é nada fácil.

A programação adulta é maravilhosa. Filmes brasileiros, documentários sobre História, noticiários que informam de fato e não são golpistas como os programas jornalísticos das grandes emissoras privadas, que além de não terem compromisso com cultura e educação, também não têm com a verdade.

Há o ótimo programa Sem Censura, um programa de entrevistas que sempre recebe convidados que têm algo a dizer.

E há programas musicais, aos montes. Samba na Gamboa, com Diogo Nogueira, Brasil Caipira, que só abre espaço para a verdadeira música caipira, ou sertaneja, como queiram. Se bem que música sertaneja, na verdade, é a música do Nordeste. Luiz Gonzaga, Dominguinhos, Zé Ramalho. Mas não importa. Tanto a caipira quanto a sertaneja têm vez na TV Brasil.

Há também programas de esporte, sobretudo futebol, mas ele é tratado apenas como um mero esporte e não como a salvação do país. Esportes violentos, como o MMA, estão banidos, porque além de não serem artísticos, ainda são degradantes.

Mas estou fazendo este texto para condenar pessoas como Daniel Fraga e Kim Kataguiri, defensores de uma ideologia ultra-liberal onde o Estado deve ser o mínimo possível. O ideal, para eles, é que nem houvesse Estado.

Fraga, que embora tenha opiniões inteligentes contra religião (ele é ateu como eu), é um verdadeiro imbecil quando o assunto é política, economia, sociedade e cultura.

Há um video em seu canal, de alguns anos atrás, onde ele prega o fim da TV Cultura de São Paulo e da TV Brasil, duas emissoras que pertencem ao povo brasileiro.

Confundindo público com estatal, coisa que ele também deve ser contra, ele chama a programação dessas emissoras de "lixo" e de "muito ruim".

Como ele pode chamar de ruim programas como Vila Sésamo, feito inclusive em parceria com a TV Globo, ou Castelo Rá-Tim-Bum e Mundo da Lua?

Esse cara é um idiota.

Deve ser porque numa tv pública, é proibido emitir qualquer juízo de valor ou defender opiniões elitistas. É isso que esses caras abominam.

Eu só espero que o atual governo não acabe com o caráter educacional da TV Brasil, como o governo paulista tem feito com a Cultura desde a tenebrosa gestão de João Sayad.

A direita não é muita chegada em um povo culto. Por isso, talvez, eles até a privatizem, para que se torne apenas mais um canal interessado na audiência e no lucro.

Cabe a nós, povo brasileiro, lutarmos contra isso.

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2019

O pesadelo do governo Bolsonaro

Estamos vivendo uma época terrível da vida brasileira.

O pesadelo que nós já imaginávamos desde 2011, quando ele começou a ganhar apoio nas redes sociais, se concretizou no último mês de outubro.

Acho que já sabem a que me refiro: Jair Messias Bolsonaro foi eleito presidente do Brasil, e assumiu no dia primeiro de janeiro deste ano.

Um homem que se orgulha de odiar pobre, negro, trabalhador, mulher e principalmente homossexual, irá cumprir mandato pelos próximos quatro anos, a menos que alguém faça alguma coisa.

Eu posso deitar na cama nesse período e dormir, se não feliz, ao menos tranquilo de não ter votado nele.

Votei em Alckmin no primeiro turno e em Haddad no segundo. Mas até mesmo Cabo Daciolo representaria menos perigo à democracia do que o "general", como é conhecido pelos simpatizantes. Aliás, ele tem simpatizantes? Para mim, são apenas fanáticos que aplaudem qualquer atitude que ele tomar.

Reparem numa coisa: por mais que se decepcionem com um governo, as elites só vão Às ruas pedir seu impedimento caso ele seja progressista.

Foi assim na Era Vargas. Quantas vezes não o chamaram de demagogo e populista, por ele ter criado férias, décimo-terceiro, salário-mínimo, aposentadoria etc. Foi assim na Era JK, quando o chamaram de populista por criar nova capital, e construir estradas. Foi assim com Jango, por ele ter prometido uma ampla reforma agrária no país. Foi assim com FHC, por ter criado um plano econômico que nos salvou de uma inflação histórica. E foi assim com Lula e Dilma, que entre outras coisas, enfrentaram crises mundiais de modo que o Brasil passasse praticamente ileso, mantiveram uma inflação controlada e, sem o menor medo de errar, foram os MAIORES criadores de emprego e renda que o Brasil já teve.

Agora, vejam os governos reacionários, que sempre votam contra o povo. Quem protesta contra eles é sempre uma elite intelectual, e jamais uma elite financeira. Vocês já viram algum empresário em alguma passeata contra a ditadura militar, sobretudo no seu período mais negro, que foi a Era Médici? Algum burguês foi a favor da deposição do Collor, em 92? Ou algum político de direita mesmo, dar um pio sobre as corrupções do Temer, em todo seu tempo de governo?

As eleições de 2018 entrarão para a história como a mais direitista desde 1989. Nas eleições de 94, 98 e principalmente 2002, havia um predomínio dos candidatos de esquerda.

Eu apoiei Fernando Haddad por ele ser um cara culto, ligado às massas, por dar continuidade ao projeto do Partido dos Trabalhadores e o principal: não é preconceituoso. Acredito que isso ajuda na credibilidade, não é mesmo?

Além do mais, a vice dele, Manuela Dávila, é uma mulher lindíssima, defensora dos gays e da liberdade de crença. E ligada a ao PCdoB, um grande partido.

Infelizmente, o país preferiu investir na burrice, no atraso. E hoje, estamos pagando por isso, com um presidente cortando gastos do Estado, extinguindo o Ministério do Trabalho e até liberando o porte de armas para o cidadão comum.

Provavelmente, mesmo assim, seus eleitores dificilmente darão o braço a torcer e admitirão que votaram errado. SE alguém for às ruas protetar, serão os estudantes, os operários e os camponeses. Os primeiros, pela sua admirável intelectualidade. Os demais, por serem também povo e pela sua inteligência intuitiva.