terça-feira, 28 de agosto de 2018

Canal Viva acerta com suas novas atrações

Fiquei maravilhado ao saber que o Canal Viva iria reprisar o Domingão do Faustão de uma época em que eu nem era nascido, para poder avaliar os primeiros anos do meu programa favorito da Rede Globo. No caso, o ano da estréia, 1989.

Também gostei da troca das edições atuais do Caldeirão do Huck pelas edições do primeiro ano, lá em 2000.

No caso do Faustão, nessa época dava pra ver a nítida semelhança com o antigo Perdidos na Noite. Haviam grandes convidados musicais, assim como hoje. Uma verdadeira festa da democracia cultural brasileira. Fora as divertidas gincanas, como o Jogo da Velha e o Mano a Mano, que eu não conhecia e estou vendo pela primeira vez.

Tomara que o Viva reprise todos os anos dos dois programas. Eu pretendo acompanhar, com toda certeza. É uma forma de ver a evolução do nosso país, aos poucos. Novos ritmos, artistas e pensamentos ao longo do tempo.

Outro grande acerto foi a reprise da novela Baila Comigo, do mestre Manoel Carlos. Outra que nunca vi, mas estou adorando. Tem uma trilha sonora magnífica, ótimo elenco e enredo. O mesmo perfil de suas novelas mais recentes, as quais eu vi todas e não teve nenhuma que não gostei.

Mas minha maior alegria, que foi o que me motivou a escrever esse texto, é a reprise de Malhação 2006. E mais do que isso, a inclusão de um novo horário alternativo na grade, ás 16:15. Finalmente estou podendo matar as saudades dessa galera maravilhosa, principalmente a lindíssima Joana Balaguer, a Jaque, que assim como muitos, também foi uma das minhas primeiras paixões platônicas.

Pena que a temporada está acabando, mas tudo bem, porque eu também adorei Malhação 2007, que revelou a gatíssima Fiorella Matheis.

Agora, a temporada 2008 foi simplesmente a MELHOR de todas. Além de ter várias atrizes lindas (Nathália Dill, Sophie Charlotte e principalmente Mariana Rios), ainda teve a personagem mais engraçada da história de Malhação, Yasmin, vivida por essa última.

E uma trilha sonora incrível pra quem gosta de emocore, como eu.

Eu espero profundamente que o Viva não tire esse horário alternativo antes de reprisar essas duas temporadas.

Minha única reclamação é que o infantil Aventuras do Didi saiu do ar. Eu ria demais com esse programa.

Mas é isso aí galera, vamos curtir a nova programação do Viva, que está demais.

sexta-feira, 10 de agosto de 2018

O medo e a culpa que temos ao nos declararmos ateus

Na boa, já estou sentindo um sentimento de culpa enquanto digito esse texto. E fico vermelho só de imaginar que alguém irá ler.

É assim que nós ateus vivemos, tanto no Brasil como no exterior.

Minha própria família sempre virou a cara para mim quando eu me declarava ateu. Assim como quando eu me declarava bissexual.

Mas parece que ser ateu, é ainda mais grave do que gostar de alguém do mesmo sexo.

Vejam o caso do futebol, por exemplo.

Todo mundo aceita que voce torça para um time diferente, ninguém cria caso e no final todos caem na gargalhada. Mas experimente dizer que odeia futebol. Certamente, irão te excluir da rodinha.

Com religião é a mesma coisa. Todos aceitam uma religião diferente - exceto os evangélicos, que são intolerantes por natureza - mas ninguém pode optar por não seguir NENHUMA religião.

Aliás, isso é até mais grave que não gostar de futebol.

O mundo não está preparado para o diferente, fato.

Sempre quando há correntes de oração, sou obrigado a participar para não arrumar confusão. Mesmo me sentindo um idiota falando sozinho.

Assim como gays, lésbicas, negros, idosos, travestis são amedrontados ao sairem na rua, o mesmo acontece conosco. Com a diferença que nossa opção religiosa não está evidente para os outros, a menos que nos questionem sobre ela. E obviamente, temos que mentir, ou no mínimo, esconder nossas opiniões.

Tudo que os religiosos dizem pode ser contestado através da Matemática, da Física e da Química. Se as pessoas estudassem mais essas tres matérias, ninguém acreditaria em falácias como a Bíblia.

Sempre gostei de Exatas. E elas provam que o Universo pode, sim, ter sido concebido sem a MENOR necessidade de um ser superior.

Afinal, como pode haver algo "onipresente", só para citar uma das tres características desse ser, quando não havia coisa alguma? Como Deus poderia estar em todo lugar, se não havia lugar nenhum?

Claro que o Big Bang pode não ter sido real. É meio duvidoso que tudo que está ao nosso redor ficasse guardado em um ovo cósmico. Lógico que, é contraditório que algo tão imenso ficasse suprimido dentro de algo menor.

Mas não há outras teorias? Nunca ouviram falar na Teoria das Cordas?

Como dizia o saudoso Antonio Abujamra, ateu convicto: idolatrem a dúvida.

Quanto mais as pessoas querem parecer inteligentes, mais elas se tornam banais e rotineiras. É muito fácil dizer que, como não sabemos a origem de tudo, foi Deus que fez e pronto.

Eu já prefiro a sabedoria confundida com ignorancia, ao simplesmente dizer: não sei a resposta.

Pelo menos eu estou aberto a novas visões de mundo, e não fico restrito a um livro idiota escrito há dois mil anos, que aliás, já foi COMPROVADO que o mundo existe há muito mais tempo que isso.

Enfim, estou escrevendo esse texto para desabafar.

A ínternet foi o único lugar que encontrei para isso, pois em casa eu sou tratado como um alienígena. Aliás, é engraçado: quando alguém fala que extraterrestres não existem, ninguém questiona. Já Deus...

É para refletir.

quinta-feira, 9 de agosto de 2018

Rio de Janeiro é o maior centro cultural do Brasil

É impressionante a baixa qualidade dos sucessos musicais de hoje, a maioria sertanejos.

Aliás, parece que o Brasil virou um imenso rodeio ou uma grande vaquejada, pois quando não é sertanejo que está tocando nas ruas, são os forrós horrorosos do pseudo-cantor Wesley Safadão, que assim como Lucas Lucco, Henrique e Juliano e outras aberrações, faz sucesso pela "beleza" que dizem que ele tem.

Não quero ser preconceituoso, mas pra mim, pouca coisa feita fora do Rio de Janeiro tem valor. E isso nem é puxar a brasa para a minha sardinha, pois não sou carioca e nunca estive no Rio.

Mas eu sou simplesmente apaixonado por aquela cidade e por aquele estado. Tudo que vem de lá me fascina.

As mulheres mais lindas e sensuais do mundo são as cariocas (as baianas também são, mas as cariocas vencem). Os melhores filmes e peças teatrais idem. Aliás, os grandes atores e atrizes do nosso país, a grande parte vem da Cidade Maravilhosa.

Agora, quanto o assunto é música, aí é um espetáculo. O Rio nos brindou com o samba, de Noel Rosa, Cartola, João Nogueira, Beth Carvalho, a maranhense naturalizada Alcione etc. Nos anos 80, gerou o pagode do Cacique de Ramos, dos maravilhosos Zeca Pagodinho, Jorge Aragão, Leci Brandão, Arlindinho Cruz, Fundo de Quintal e que nos anos 90, serviu de base para um novo pagode, feito em São Paulo.

O funk carioca é uma delícia de ouvir, em todas as suas vertentes, inclusive o polêmico proibidão. Mas confesso que prefiro o funk melody, que é super romântico, mas não deixa de ter uma batida envolvente e que convida a dançar. Anitta é simplesmente perfeita, e vai além das fronteiras do funk, sendo nosso maior ícone pop hoje em dia. Descobri no rádio outro dia um cantor chamado MC Thales, que tem uma bela voz. E me divirto demais com o Nego do Borel.

Agora, a criação mais divina, mais explêndida do povo carioca foi a Bossa Nova. Já comentei de relance aqui sobre esse movimento, no texto sobre Manoel Carlos, mas não me aprofundei.

A Bossa Nova é a mistura de dois ritmos maravilhosos: o carioquíssimo samba e o jazz, a perfeição musical inventada pela negritude americana no finalzinho do século 19 e início do século 20.

Mas eu tenho preconceito com sertanejo e forró? De jeito nenhum, desde que seja o sertanejo de Tonico e Tinoco, Liu e Léu, Rolando Boldrin, Inezita Barroso. Eu particularmente não curto esse tipo de som, acho muito chato, mas tenho o dever de respeitar pois é a cultura do homem do campo.

Agora, não me peçam para trocar um disco de Tom Jobim por qualquer um desses, pois não é a minha praia. E eu mereço respeito por não gostar.

sexta-feira, 3 de agosto de 2018

Cinema brasileiro está no caminho certo para se tornar uma indústria

Eu vi um vídeo no canal do Refúgio Cult, no Youtube, onde ele dá sua opinião de porque os brasileiros odeiam o cinema nacional. Até aí, ótimo. O problema é que ele usa justificativas das quais eu discordo totalmente.

Segundo ele, nosso cinema é mau visto por causa de duas fases distintas: as pornochanchadas e as comédias atuais da Globo Filmes. E ele cita como exemplos de bom cinema filmes que mostram miséria e violência.

Eu já penso ao contrário: detesto filmes ambientados em favelas ou no Nordeste. Podem me chamar de preconceituoso, mas pra mim isso só exporta o nosso lado ruim. Não me importa se os estrangeiros cultuam esses filmes. Eu acho uma grande porcaria.

A pornochanchada das décadas de 70 e 80, chegava perto de ser uma indústria. O problema é que esses filmes exploravam demais o sexo e tinham muitas piadas chulas. Não era o tipo de filme pra se ver com a família.

Já as comédias da Globo, eu acredito que são o que há de melhor e está fazendo nosso cinema se tornar uma indústria e competir com os filmes estrangeiros.

Recentemente eu assisti Os Farofeiros. Esse filme me faz lembrar os melhores momentos do Adam Sandler. Eu sei que muita gente também não curte, mas eu acho um barato.

Outros filmes brasileiros recentes que eu vi e valeram muito a pena, foram Copa de Elite, Um Suburbano Sortudo e Até que a Sorte nos Separe 3 - A Falência Final.

Eu gosto desse lance de filmes ambientados na Zona Sul carioca, servem para mostrar que o Brasil também tem um lado bonito. Fora a criatividade inerente a esses filmes. É um humor muito bacana, inteligente e sagaz.

Essa fórmula nem é tão recente. Nos anos 90, tivemos Pequeno Dicionário Amoroso, filme que eu AMO de paixão. Em 2001, teve Amores Possíveis.

Isso mostra que não sabemos fazer só comédia, mas também não precisa mostrar maldade

Eu acredito que o mais próximo de Hollywood que o Brasil já fez são os dois Se Eu Fosse Você. Lembra várias comédias românticas de qualidade. E tem uma produção excelente.

Fica aqui minha opinião registrada. Respeito a opinião de todos, inclusive do Refúgio Cult, mas pra mim o cinema nacional está no caminho certo. Estamos melhorando muito.

quarta-feira, 14 de março de 2018

Malhação - Vidas Brasileiras segue o ritmo da anterior e mostra que a juventude atual está cada vez mais engajada

O final de Malhação - Viva a Diferença, foi, como costumamos dizer hoje em dia, um lacre. Assisti essa temporada do começo ao fim. Dez meses se passaram como dez minutos, ou seja, em momento nenhum a novelinha ficou enjoativa.

Terminando como uma das melhores temporadas da história, onde o jovem foi tratado como real protagonista e não mais como um bobo-alegre, Viva a Diferença passou o bastão para Vidas Brasileiras na semana passada.

A nova temporada segue o ritmo da anterior. Questões sociais continuam sendo abordadas, e com propriedade.

Estamos acompanhando logo de início o drama de Kavaco, que não consegue ler direito em uma das aulas, e desperta a curiosidade da professora Gabriela, vivida pela linda Camila Morgado (essa mulher não envelhece!)

Tem também a história de Pérola, interpretada pela jovem estreante Raíssa Bratillieri, que também é uma bela garota. O pai dela é preso logo no primeiro capítulo por corrupção e ela vira motivo de chacota na escola por isso.

Tem também o Tito, personagem de Tom Karabashian, filho do grande compositor Paulinho Moska. Eu já tinha visto o menino no filme Fala Comigo, que também é ótimo e trata sobre o romance de um jovem com uma mulher bem mais velha. Eu me identifiquei com esse filme, e fiquei impressionado com a química dos atores. Afinal, eu também sofro preconceito por gostar de pessoas mais velhas.

Mas voltando à Malhação, a nova temporada é tão legal quanto a anterior. E muito melhor do que as antigas.

Ela me faz chegar a uma conclusão: a cabeça dos jovens está mudando.

Os jovens hoje, sobretudo os adolescentes, não estão apenas interessados em paquera. Estão preocupados com coisas muito mais sérias, como machismo, intolerância religiosa, homofobia e bullying, que até pouco tempo era considerado como "brincadeira saudável", até mesmo por adultos. Ainda tem quem pense dessa forma, mas esse pessoal está sendo cada vez mais ridicularizado. Agora ser preconceituoso não é mais "ser cool", "ser popular na turma".

Viva a Diferença foi a primeira temporada a mostrar uma personagem autista. Eu me senti representado finalmente! E suas amigas sempre a trataram muito bem. Não posso dizer o mesmo de mim, pois eu não tinha amigos no colégio, mas adorei ver uma portadora da síndrome de Asperger sendo incluída em um grupo.

Também foi a primeira vez em que um casal homossexual, formado por duas garotas bissexuais, chegou ao fim junto. Aliás, quero afirmar que uma delas, a Lica, era minha favorita de toda a temporada. Menina de muita atitude!

Enfim, Viva a Diferença é minha temporada preferida. E Vidas Brasileiras entra agora para esse ról. Só espero que as diferenças continuem sendo comentadas. E espero muito que os jovens da vida real se espelhem nos da ficção. Por um Brasil melhor.

segunda-feira, 5 de março de 2018

Por que o amor platônico e o amor não-correspondido são temas tabus na música?

Hoje eu estava escutando a canção Noturno, do cantor cearense Fagner. Mais conhecida como "Coração Alado", por conta do seu refrão e por ter sido tema da novela homônica, Noturno é uma belíssima canção, cuja qualidade só evolui com a interpretação fantástica do cantor.

Aí eu resolvi pesquisar na internet por aqueles sites que analisam letras de músicas, e todas as análises eram diferentes da minha.

Diziam que se tratava da infelicidade de um homem após a discussão com sua companheira. Uma discussão de casal. Mas em momento algum eu observei isso na letra. Eu cheguei a conclusão de que se trata de um caso ou de amor platônico (quando você ama e a pessoa não sabe, as vezes nem te conhece!) ou de amor não-correspondido (quando amamos e somos rejeitados pela pessoa amada)

Eu, como um autêntico nerd, já passei pelos dois casos na época de escola. Era terrível.

Aí eu me dei conta da escassez de músicas que abordam essa temática.

Música romântica, geralmente é dividida em duas categorias: "porque você me abandonou" ou "eu quero ficar com você".

Ou seja, quando o cara ou a garota não estão se declarando, estão chorando por um amor perdido. Ora, mas pelo menos eles já provaram desse amor um dia.

Agora, falar da solidão total, da rejeição, de carência afetiva, isso é pouco explorado pelos compositores.

No rock inglês, letras desse tipo são muito comuns, principalmente as escritas por Morrissey, vocalista da banda The Smiths. O rock gótico e o metal industrial também tocam muito nesse ponto.

Aqui na MPB, temos poucos exemplos, mas quando alguém faz, costuma fazer bem-feito.

Não posso deixar de citar a belíssima Lua e Flor, de Oswaldo Montenegro, que compara o amor com vários objetos e situações, de maneira tão sublime, que se tornam coisas românticas embelezadas por sua bela voz de veludo.

Não dá pra deixar de citar Por Você, balada do grupo carioca Barão Vermelho, minha banda predileta. Ainda hei de curtir um show desses caras. Sobre a música: talvez a mais corajosa e perfeita declaração de uma pessoa para outra.

Enfim, temos poucas canções que falam diratemente para loosers no campo amoroso. Eu sou um deles, e como tal, gostaria de ver meu grupo sendo representado ao menos com outras músicas do mesmo nível de qualidade dessas que foram mencionadas acima.

Afinal, não basta o fato de não termos ninguém, também não teremos uma trilha sonora para nos consolar?

quarta-feira, 14 de fevereiro de 2018

A MPB dos anos 90 e o pop brasileiro poderiam ser uma alternativa ao popularesco

Eu adoro MPB, a Música Popular Brasileira, desde os antigos sambas, valsas e foxes da década de 30, até essa geração atual como Mallu Magalhães e Silva.

Eu acho que está na hora de resgatar aquele pessoal surgido entre 1989 e 1993, mas que atingiu o auge durante o final dos anos 90 e o começo dos anos 2000.

Me refiro a grandes nomes como Marisa Monte (a voz mais linda do Brasil na minha modesta opinião), Adriana Calcanhoto, Cássia Eller, Zélia Duncan, Jorge Vercilo, Chico César, Zeca Baleiro entre outros.

Essa turma vinha bebendo na fonte da turma universitária dos anos 70.

Um exemplo disso é Lenine, que emulava Caetano Veloso com uma pegada meio Nação Zumbi.

Agora, que temos uma ótima safra de MPB puxada principalmente por Johnny Hooker, que além de fazer uma música de excelente qualidade ainda faz com que novos artistas façam uma música dirigida ao público LGBT, ajudando outros a saírem do armário, seria uma chance de reviver a geração 90, que abriu os caminhos para essa turma mais nova.

Além disso, a música pop da época, como Ana Carolina, Biquini Cavadão e Maurício Manieri, também podiam ganhar um revival.

Seria uma forma de diminuir um pouco essa overdose de funk ousadia e sertanejo sofrência que dominaram e monopolizaram as paradas e o mercado.

Está mais do que na hora de acabar com esse monopólio da música popularesca.

Divulguem esse texto e escutem muito pop e MPB, tanto antiga quanto atual.

segunda-feira, 12 de fevereiro de 2018

Não se fazem mais novelas das oito como antigamente

O que me motivou a fazer esse texto foi a falta de boas novelas que estamos vivendo esse ano. Impressionante, mas as melhores em exibição são todas reprises. Não há nenhuma inédita que preste, e ainda tem reprises fracas (Os Dez Mandamentos, Explode Coração, Sinhá Moça)

Eu resolvi escrever para lembrar a todos do tempo em que as novelas paravam o Brasil, principalmente o "novelão" do horario nobre, a chamada novela das oito.

Quem não se lembra de Roque Santeiro, a novela de maior audiência da televisão brasileira, cujo desfecho chegou a marcar os incríveis 100 pontos?

O mais legal é que Roque atingiu esse mérito sem apelar para nenhuma maldade. Poderia passar às seis da tarde sem problema nenhum.

Antes dela, houve outra novela das oito que também foi um sucesso estrondoso: a primeira versão de Selva de Pedra. Nem se compara com o remake.

Nos anos 2000, tivemos uma série de novelas ótimas no horário das oito.

Mulheres Apaixonadas, do grande Manoel Carlos, foi um fenÔmeno. Eu era apaixonado pela personagem Edwiges, e morria de aflição toda vez que o Marcos agredia a esposa, Raquel, e o aluno Fred. Também vibrei quando Dóris foi castigada pelo pai por maltratar seus avós.

As duas novelas seguintes também fizeram sucesso: Celebridade, atualmente sendo reprisada (e a melhor novela no ar), e Senhora do Destino, a MAIOR audiência do século, que teve 50 pontos de média.

E o que dizer de A Favorita, que já foi eleita por vários críticos como a melhor novela brasileira? Mesmo em época de internet, ela parou o país e fez todo mundo acompanhar o drama das irmãs Flora e Donatela.

Infelizmente, depois de Avenida Brasil, vieram uma série de fracassos terríveis, e alguns sucessos igualmente terríveis como Amor à Vida.

A última grande novela do horário - mas que também não teve ibope - foi a ótima A Lei do Amor.

Depois da péssima A Força do Querer, novela que fazia apologia ao tráfico de drogas, eu confesso que cheguei a me entusiasmar com as chamadas de O Outro Lado do Paraíso. Ledo engano.

A novela é um milhão de vezes pior do que A Força. Se esta incentivava um crime, a atual incentiva vários, como a pedofilia.

A personagem de Bella Piero foi vítima de assédio de seu padrasto. Mas, ora, o próprio marido dela na trama é bem mais velho, então é assédio duplo.

Eu até acho Walcyr melhor novelista do que Glória Perez. Afinal, esta só fez Barriga de Aluguel que se possa aproveitar. Walcyr era o rei das 18 horas, acumulou êxitos e depois fez boas novelas das sete, como a divertida Sete Pecados.

Mas ele também escreveu a tenebrosa Amor à Vida, que confundia dramaturgia com gritaria. O texto era ruim, as atuações não ajudavam e o desenvolvimento era lentíssimo. Eu achava que Walcyr nunca escreveria nada pior, mas OOLDP superou.

Afinal, o enredo desta é ainda mais confuso e sem rumo. A novela se transformou num verdadeiro Frankenstein em função da audiência, e mesmo sendo muito ruim, conseguiu. A primeira fase também era ruim, mas tinha mais nexo. Prova cabal de que nem sempre audiência e qualidade andam juntas.

O Outro Lado do Paraíso recebe aqui no blog o título de PIOR NOVELA DE TODOS OS TEMPOS. E o povo ainda falava mal de Tempos Modernos; pelo menos as novelas das seis e das sete, mesmo quando são ruins, não apelam para a vulgaridade explícita.