quarta-feira, 17 de junho de 2020

Antônio Calmon: meu novelista preferido do horário das sete

Eu sinto saudade do tempo em que o horário das sete era monopolizado por dois excelentes autores: Carlos Lombardi e Antônio Calmon. Ambos estão entre meus novelistas preferidos.

Hoje, vou falar sobre o Calmon, que é meu preferido de todos.

Ele estreou em 1989, dividindo parceria com Walther Negrão (que, por sua vez, é um dos meus autores preferidos do horário das seis). Era a novela Top Model, espécie de Malhação dos anos 80, pois metade da história era calcada no público adolescente.

Como eu não era nascido na época, passei anos e anos da minha vida desconhecendo esse verdadeiro novelão. A descoberta veio numa madrugada de 2012, com meus 17 anos, quando zapeando os canais, coloquei no Viva. E aí foi paixão à primeira vista: me senti um jovem da época. Comecei a imitar as gírias e o modo de gesticular dos personagens, sobretudo o de Gaspar e Saldanha, os adultos entrosados com a galerinha mais nova.

Não vou comentar sobre as novelas da década de 90, pois eu era apenas um bebezinho.

A primeira novela do Calmon que eu me lembro, foi também uma das primeiras que assisti na vida. E é a minha novela favorita de todas que existem no mundo: a ultra-maravilhosa e perfeita Um Anjo Caiu do Céu.

Tudo nessa novela me fascinava: a boa escalação do elenco, a trilha sonora, o texto, a sinopse, os ganchos, absolutamente tudo.

Depois teve O Beijo do Vampiro, que marcou DEMAIS a minha infancia. Apesar da audiencia super baixa, todo mundo comentava na escola o capítulo do dia anterior. E domingo ficávamos tristes porque não tinha a novela. A criançada adorava, o que as vezes me deixa em dúvida se ela realmente foi um fracasso.

Mais tarde, no Viva, eu vi Vamp, que era bem legal também.

Em 2004, com meus nove anos, Calmon escreveu junto com Elizabeth Jhin a excelente Começar de Novo. Esta era mais focada no público adulto, com uma história de amor, intrigas e vingança. O casal central era vivido pelo saudoso Marcos Paulo e por Natália do Valle. Um dos casais mais lindos da teledramaturgia. Mas não deixava de ter um apelo jovem, com os personagens Vô Doidão e Vó Doidona, que eram muito carismáticos. Respectivamente, Luiz Gustavo e a saudosa Marília Pêra.

Em 2008, foi a vez de Calmon se despedir das novelas, com Três Irmãs, espécie de "revival" de Top Model, pois tinha núcleos jovens, praia e surf.

Como a novela foi um fiasco, Calmon perdeu espaço na programação da plim-plim. Infelizmente.

Calmon também revelou para o Brasil o casal de irmãos Stephany e Kayky Brito.

Ele ainda viria a escrever o seriado Na Forma da Lei, seu último trabalho na tv, e chegou a apresentar sinopses desde então, mas nada foi aprovado.

É lamentável que um autor desse gabarito seja tão desprezado.

Fica aqui minha torcida pela sua volta, grande Calmon, e continuarei revendo todas as suas obras antigas.

Obrigado por falar a linguagem do jovem brasileiro, sem tratá-lo como um alienado.

Grande abraço!

Nenhum comentário:

Postar um comentário