quinta-feira, 1 de setembro de 2016

A queda de Dilma e o fim da classificação indicativa - A liberdade novamente bateu em nossa porta

Como começou bem esse mês de setembro, né gente? Duas notícias maravilhosas em menos de 24 horas.

Primeiro foi o afastamento definitivo da presidente da República Dilma Vana Rousseff, por 61 votos a 20 no Senado Federal. Dilma disse que vai recorrer e seus "súditos" já estão chorando a derrota chamando-a de golpe, inconstitucionalidade etc - as mesmas acusações de sempre.

Lógico que os ativistas da esquerda já têm várias passeatas marcadas para pedir o impeachment de Michel Temer, o novo presidente empossado. Talvez seja só fogo de palha, mas é bom "temer", sem brincadeira. Eu tenho muito medo dessa gente e não brinco com isso. Por isso, comemoremos enquanto a direita está no poder.

Hoje li a notícia também de outra queda, além da queda da ex-presidente. Foi a queda da Classificação Indicativa, que desde 2007 regula TODO conteúdo exibido nas salas de cinema, nas emissoras de televisão e também os jogos eletrônicos.

Esse mecanismo foi apresentado em 1990, junto com o Estatuto da Criança e do Adolescente. Mas como o governo Collor era liberal, ele não foi posto em prática. E no governo Fernando Henrique, a mesma coisa. No primeiro mandato de Lula, surgiram movimentos moralistas como Ética na TV, até que no segundo mandato do mesmo, ele não resistiu à pressão e aprovou.

Portanto, a televisão brasileira era um palácio da liberdade entre 1988 (fim da Censura Federal) e 2007 (aprovação da Classificação Indicativa).

Quem teve infância nessa época se divertia com filmes como Rambo, Rocky Balboa, Desejo de Matar, Robocop, Elvira - A Rainha das Trevas, e muitos outros que possuíam cenas fortes. Assistia a Banheira do Gugu com a família toda reunida em pleno domingo. Via o gostoso rebolado das dançarinas do É O Tchan e grupos similares.

Uma coisa que me deixava revoltado na felizmente extinta classificação era o amontoado de incoerências que a permeavam. Por exemplo, programas jornalísticos estavam isentos de serem classificados. Por isso, eu vi, em 2011, o Brasil Urgente mostrando, às 6 da tarde, um assaltante entrando numa loja e matando a vendedora com tiros no coração. Isso foi transmitido AO VIVO. E como se tratava de um jornal, não foi censurado.

Mas passar American Pie de tarde nessa mesma época? Isso, nem pensar. Por essas e outras que eu ficava fulo da vida.

Outro absurdo era o fato do Ministro do Supremo Tribunal Federal, na época (nem lembro quem era) dizer que, se uma obra audiovisual apresentasse relações amorosas entre pessoas do mesmo sexo, a classificação poderia baixar, por estar "promovendo o respeito à diversidade". Mas sexo hétero, só depois das 23 horas...

Por isso estou aqui comemorando essas duas vitórias da democracia em tão curto espaço de tempo.

A Era Temer representa o ar puro do sonho libertário, coisa que não víamos desde os saudosos anos FHC.

Será que os anos 90 estarão de volta, e poderemos acompanhar, aliviados, a triste realidade da vida na tela de nossas tvs, sem o menor grau de opressão?

Será que estamos entrando não só num novo tempo governamental, mas também numa nova era da humanidade, ainda que ela se limite ao Brasil?

Isso, meus amigos, só o tempo dirá.

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