segunda-feira, 22 de fevereiro de 2016

O Relativismo da Igualdade

Tem gente que gosta de dizer que eu me acho melhor do que os outros. Bom, nem todo mundo. Mas eu sou, sim, melhor do que determinadas pessoas. O que quero dizer? Todos nós somos melhores e piores do que alguém; mas nunca melhores ou piores do que todas as pessoas. Ou seja, nunca estamos situados no extremo da balança; afinal, o mundo é grande.

Eu, por exemplo, sou melhor do que quem gosta de molho de salsicha, quem assiste o Ratinho ou quem escreve para a Carta Capital; entretanto, sou pior do que quem conseguiu ter seu trabalho reconhecido, quem já fez amor com a Déborah Secco ou quem sabe falar alemão.

O PT não gosta dessa premissa. Aliás, nenhuma esquerda. Incluo nessa lista os nazi-fascistas, aliás, eles podem, sim, estar situados num "extremo" imaginário, que só existe na cabeça deles, de se acharem superiores a todos os demais grupos. A começar pelo ódio à própria esquerda. Auto-negação; aqui temos uma inversão daquela máxima de "só conseguir existir sendo o outro". Nesse caso, o "outro" é tomado como inimigo, mesmo sendo uma alma-gêmea.

Também cito como exemplo - para fugir um pouco, e só um pouco, da política - o relativismo no campo da religião. Sabemos que a maioria, se não todas as guerras, aconteceram por motivos religiosos. E embora os protestantes se digam os mais pacíficos, são os mais intolerantes no uso da palavra. Podem não ter tirado vidas com sangue; mas mataram a esperança, o desejo de muita gente, por pensar diferente deles. Ou seja: amordaçam, proíbem, ordenam, tentam calar a voz das pessoas através do verbo. E eles se acham o verbo.

Voltando a política, Dilma se acha o verbo. Até por que é filha de Lula. O homem que descobriu o Brasil, em 2003. E assim como todo membro do seu partido, ela não pode receber críticas. Como alguém ousa criticar alguém que faz tudo perfeito?



Conclusão: o socialismo é igualitário, mas não para quem pensa diferente. Vou me despedir com um grito de guerra. Tentarei me igualar aos desiguais, afinal, quero ser superior, como eles. "Até breve, companheiros". Ao fundo, a Internacional Socialista.

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