domingo, 7 de novembro de 2021

O prazer proporcionado ao ouvir Maria Gadú

Há uma postagem minha, aqui no blog, dizendo que a MPB dos anos 90 foi uma reação à cafonice de sertanejos, pagodeiros e axezeiros, ou seja, toda essa letargia cultural que emergiu no início daquela década e que ainda resiste, gerando até novos artistas, cada vez piores. E eu disse, na mesma postagem, que a MPB da época poderia muito bem servir como contraponto a essa música de qualidade duvidosa. Até mesmo gente pouco conhecida, como Pedro Luís e a Parede, que não citei no texto.

Mas hoje, gostaria de mostrar meu apreço pela nova geração da MPB, aquela que veio dos anos 2000 para cá. E já há uma nova, surgida após 2017 até. Entre eles, Seu Jorge, Cordel do Fogo Encantado, Maria Rita, Vanessa da Matta, Diogo Nogueira, e mais para cá, Tiago Iorc, Vitor Kley, Ana Vitória e a Banda Melim. Todos, sem dúvida nenhuma, talentosíssimos. Mas, a meu ver, o maior nome da música brasileira hoje é uma cantora surgida há algum tempo: Maria Gadú.

Essa paulistana de 34 anos, dona de uma voz deliciosamente sexy e autora, ela mesma, de letras por vezes críticas, por outras irreverentes, é simplesmente o futuro da música.

Quando seu primeiro album foi lançado, em 2009, eu já achava isso. Já via a revolução cantada em verso e sonoridade.

Sussurrando em faixas admiráveis como Shimbalaiê, composição que todos na época acharam estranha mas já revelava sua genialidade, ou mesmo numa versão inusitada de Baba, o maior hit de Kelly Key, ela já mostrava a que veio.

Admiradora da boa música independente do segmento, ela nunca se envergonhou em se declarar fã de Sandy e Junior, e isso a meu ver é algo muito positivo. Primeiro, por eu ser também um grande fã da dupla. Segundo, por mostrar receptividade a artistas mais populares, e não apenas ao que a elite esperava que Gadú fosse gostar.

Seu projeto e turnê com Caetao Veloso mostrou que ela era respeitada pelos mestres e calou a boca de críticos inexperientes, que tachavam sua música como "MPB de elevador". Algo que Maria Rita e Jorge Vercillo já eram acusados antes dela, além de Ana Carolina.

Aliás, se Ana é declaradamente lésbica, Gadú se define como bisexual. Mas em entrevistas ela já disse gostar de pessoas. Nada mais sucinto e esclarecedor. E as pessoas tem que avaliar seu talento, seu caráter e sua beleza facial e física.

Sim, eu acho mesmo Gadú uma mulher sensual ao extremo.

Minha canção favorita, em sua bela e doce voz, é Tudo Diferente. E ouvi-la tocando violão, em todas as músicas, mas nessa especificamente, é um prazer que transcende a arte e a própria vida.

Enfim, Maria Gadú é o futuro. E, em breve, quando eu começar a publicar resenhas de discos aqui no blog, é bem provável que o primeiro a ser comentado será um disco dessa deusa. Ainda que palavras sejam pouco para traduzir tamanho gozo.

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